domingo, 2 de maio de 2010

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 2 (Programa de 02 e 05 Maio 10)

O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Lucas 4: 2 durante quarenta dias, e tentado pelo diabo. [ Nada comeu nesses dias ] e, passado esse tempo, teve fome.


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 Mateus fala de um jejum de 40 dias e 40 noites. Alguns pesquisadores, contraditores dos Evangelhos, asseveram que essa assertiva demonstra a não veracidade do conteúdo do evangelho, posto que permanecer quarenta dias de jejum – no deserto – traria como conseqüência desidratação grave, insuficiência renal, colapso circulatório, hipoglicemia, Cetose, alterações nos eletrólitos como sódio e potássio, arritmias cardíacas e conseqüente morte.

 Nada obstante, Allan Kardec restabelece o sentido correto do significado dessa passagem evangélica, em A Gênese (cap. XV/ itens 52 e 53), demonstrando tratar-se de mais uma alegoria, um simbolismo, com o mesmo sentido das parábolas, isto é, agregando grandes ensinamentos para a Eternidade.

 Em sentido alegórico, Jesus, Espírito Puro responsável pela Terra, estivera cerca de 40 anos no deserto da existência planetária. Para um Espírito Puro liberto da reencarnação por – pelo menos – quatro bilhões de anos (tempo da criação planetária), a encarnação na Terra seria comparável a aspereza de uma solidão no deserto. Analisamos a “Bíblia de Jerusalém”, na página 1759.

 Voltando ao jejum, Lucas, que era médico, não se refere ao jejum noturno como o fez Mateus. Os jejuns duravam o período do nascer ao pôr do sol. 

 O jejum era uma prática religiosa importante para o povo hebreu ao tempo de Jesus, de genuína penitência e comunhão com Deus, realizada em combinação com orações, e se mantém até os dias atuais. Alguns grandes feriados nacionais demandavam o jejum de todo o povo, como a Páscoa e o Dia do Grande Perdão.

 Começava ao amanhecer e terminava ao pôr do sol. Ao anoitecer, a refeição seguia as determinações do simbolismo de cada festa religiosa.

 Era uma prática com objetivo de se humilhar diante de Deus, para obter a orientação e a ajuda Divinas. Jesus não viera sublevar as Leis Mosaicas, mas sim ensinar sua mais profunda e verdadeira exegese, a interpretação à luz da Lei de Justiça, Amor e Caridade. Por isso, algumas autoridades religiosas da época diziam que Jesus estimulava a rebeldia contra a tradição do jejum, mas, conforme observamos nessa passagem, Jesus ensinava a fazer do Jejum um ato entre íntimo a criatura e o Criador, em particular anelando a comunhão com Deus, sem buscar a atenção dos homens.

 O livro “Boa Nova” deve ser lido com a “ponta dos dedos”, pois em cada frase encontraremos revelações extraordinárias, não apenas do ponto de vista moral e filosófico, mas também do ponto de vista das ciências históricas. Humberto de Campos, na obra Boa Nova, capítulo 3, “As Primeiras Pregações”, faz uma revelação que oferece as peças do quebra-cabeça que faltavam às ciências históricas, localizando o episódio em sua datação, localidade geográfica, contexto, duração e desdobramento. “Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com O Batista, no triste deserto da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou o oásis de Jericó [...]”

 O que representa o simbolismo da solidão no deserto? (Lembrar que João não descartou a importância do simbolismo na mensagem que Kardec publicou). Essa alegoria pode ser interpretada sob dois contextos: histórico e espiritual. Sobre esse assunto estudaremos nos programas dos dias 9 (10h40) e 12 (12h30) de maio de 2010.

 Não perca!

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