domingo, 9 de maio de 2010

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 2 (Programa de 09 e 12 Maio 10)

O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Lucas 4: 2 durante quarenta dias, e tentado pelo diabo. Nada comeu nesses dias e, [ passado esse tempo, teve fome ] .

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 O que representa o simbolismo da solidão no deserto?


 Lembramos que o espírito João O Evangelista, em A Gênese XV/53, não descartara a importância de refletirmos sobre o simbolismo da alegoria da tentação no deserto. Essa alegoria pode ser interpretada sob os contextos histórico (pragmático) e espiritual (profundo).

 Contexto Histórico

Jesus, não obstante sua condição de Espírito Puro, estivera cerca de 40 anos (do ano 5ac até o ano 33dc) no deserto de uma existência do planeta Terra. Enquanto Espírito Puro, a encarnação em um planeta de provas e expiações, como o caso da Terra, seria comparável com uma áspera solidão no deserto. O evangelista Marcos escrevera que Jesus estivera no deserto, atendido pelos anjos, contudo, na companhia das feras. Recomendamos a leitura dessa passagem na Bíblia de Jerusalém, página 1759. Poderíamos dizer que as “feras” que acompanharam Jesus, do ponto de vista simbólico, seríamos nós mesmos, em virtude de nossa condição de apego às paixões instintivas.

Em outro entendimento, para a óptica histórica, sobre a alegoria da primeira tentação, representada pela fome, cabe recordar que o povo hebreu encontrava-se sob a dominação do Império Romano, e por tal razão, era sobrecarregado de taxas e impostos pelo seu dominador. Grande parte da população passava fome, e havia a expectativa de que O Messias viesse usar sua energia para aplacar a fome do povo, usando métodos e ensinamentos que melhorassem as condições econômicas da população, tornando a nação mais desenvolvida, restabelecendo, por conseguinte, a pujança de um reino de próspero, como foram os reinos à época dos poderosos reis de Davi e Salomão.

 Contexto Espiritual:

No sentido profundo do relato, podemos apreender trata-se da jornada do espírito imortal, quando submetido à Lei da reencarnação. Mergulhado na matéria, sob o jugo do esquecimento do passado, sente – no sentido figurado - a fome espiritual, proporcionada pela felicidade perene do espírito. Nessa condição, está vulnerável às tentações, em função dos instintos humanos e das ilusões do mundo. A ciência tem demonstrado que os instintos não são propriamente “maus”, no seu sentido biológico, pois eles advêm da evolução pelos reinos animais, tendo sido o fator primacial para o progresso das espécies, dotando os seres biológicos de possibilidades de competição, proteção, reprodução e preservação. Nada obstante, para o homem - por pensar e raciocinar - os instintos são forças que podem desequilibrar a criatura, e trazer ruína espiritual.

Na espécie humana, os instintos exacerbados são convertidos em egoísmo.

A primeira tentação no simbolismo da fome, para o espírito imortal, representa o egoísmo, aguçado quando submetido às privações da reencarnação.

O diabo da parábola vem do grego “diabolos” ou inimigo, e representa o Eu Inferior, ou o Eu Instintivo, ou mesmo o ID de Freud, o qual está gravado na “estrutura cerebral reptiliana” (estruturas acionadas para os instintos, presentes na Ponte, Bulbo, Mesencéfalo e cerebelo) e na “estrutura cerebral límbica” (estruturas relacionadas ao comportamento emocional, chamadas sistema límbico, acionado pelas reações emocionais e instintivas dos mamíferos ),e – o mais importante – gravadas na delicada e complexa estrutura do perispírito.

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