sábado, 29 de maio de 2010

LUCAS (O Evangelho Segundo) – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULOS 3 e 4 (Programa de 30 Maio e 02 Junho/2010)

3 Disse-lhe, então, o diabo: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”. 4 Replicou-lhe Jesus: “Está escrito: [ Não só de pão viverá o homem ]”.

OUÇA NOVAMENTE O ÁUDIO DO PROGRAMA

Clique no PLAY ("setinha") da figura abaixo:


 

 Interpretação Profunda (esotérica) - no caso uso que estamos empregando ao termo - nada tem a ver com hermetismo, ocultismo, mas sim com a possibilidade de aprofundar uma doutrina com novos conhecimentos, no caso, com as chaves oferecidas pela Doutrina Espírita para a compreensão das parábolas e ensinos de Jesus à luz das Leis Divinas.

Segundo o insigne professor Carlos Torres Pastorino, em sua coleção “Sabedoria do Evangelho”, a primeira tentação guarda como simbolismo a vida do espírito imortal, em sua trajetória evolutiva, nas encarnações sucessivas ou reencarnações, o qual precisa confrontar – na aridez do deserto da existência num planeta de expiações e de provas – com três grandes “tentações”:

I - de EGOÍSMO - transformar as pedras em pães, para saciar a própria fome. Trata-se do desejo animal de satisfazer à fome, isto é, aos apetites egoístas dos instintos inferiores. A resposta de Jesus, extraída de Deuteronômio 8:3, faz-nos compreender que a alimentação espiritual da tríade superior também pode saciar essas fomes.

 Livro “O CONSOLADOR”

Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

PERGUNTA 68
68 - Como conceituar o estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer”?

-Esse propósito do homem viciado, dos tempos atuais. Constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais.
Foi esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, que provocou a crise moral do mundo, em cujos espetáculos sinistros podemos reconhecer que o homem físico, da radiotelefonia e do transatlântico, necessita de mais verdade que dinheiro, de mais luz que de pão.

 Livro "O ESPÍRITO DA VERDADE"

Espíritos Diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Capítulo “Prece do pão”
(estudando O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII – Item 7)
Senhor!

Entre aqueles que te pedem proteção, estou eu também, servo humilde a quem mandaste extinguir o flagelo da fome.

Partilhando o movimento daqueles que te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.

Vi-me freqüentemente detido, em lares faustosos, cooperando nas alegrias da mesa farta, mas vi pobres mulheres que me estendiam, debalde, as mãos!...

Vi crianças esquálidas que me olhavam ansiosas, como se estivessem fitando um tesouro perdido.

Encontrei homens tristes, transpirando suor, que me contemplavam agoniados, rogando em silêncio para que lhes socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...

Escutei doentes que não precisavam tanto de remédio, mas de mim, para que pudessem atender ao estômago torturado!...

Vi a penúria cansada de pranto e reparei, em muitos corações desvalidos, mudo desespero por minha causa.

Entretanto, Senhor, quase sempre estou encarcerado por aquelas mesmas criaturas que te dizem honrar.

Falam em teu nome, confortadas e distraídas na moldura do supérfluo, esquecendo que caminhaste no mundo, sem reter uma pedra em que repousar a cabeça.

Elogiam-te a bondade e exaltam-te a glória, sem perceberem junto delas, seus próprios irmãos fatigados e desnutridos.

E, muitas vezes, depois de formosas dissertações em torno de teus ensinos, aprisionam-me em gavetas e armários, quando não me trancam sob a tela colorida de vitrines custosas ou no recinto escuro dos armazéns.

Ensina-lhes, Senhor, nas lições da caridade, a dividir-me por amor, para que eu não seja motivo à delinqüência.

E, se possível, multiplica-me, por misericórdia, outra vez, a fim de que eu possa aliviar todos os famintos da Terra, porque um dia, Senhor, quando ensinavas o homem a orar, incluíste-me entre as necessidades mais justas da vida, suplicando também a Deus:

– “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.”

MEIMEI

 Livro “FONTE VIVA”

Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Capítulo “NÃO SOMENTE”

Nem só de pão vive o homem. - Jesus. (MATEUS. 4:4).

Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.

Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos.

Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.

Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.

Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável.

Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.

Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível.

Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.

Não apenas flores, mas também frutos.

Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.

Não só teoria excelente, mas também prática santificante.

Não apenas nós, mas igualmente os outros.

Disse o Mestre: - "Nem só de pão vive o homem".

Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.

Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.

EMMANUEL

LUCAS (O Evangelho Segundo) – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULOS 3 e 4 (Programa de 30 Maio e 02 Junho/2010)

3 Disse-lhe, então, o diabo: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”. 4 Replicou-lhe Jesus: “Está escrito: [ Não só de pão viverá o homem ]”.

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 Interpretação Profunda (esotérica) - no caso uso que estamos empregando ao termo - nada tem a ver com hermetismo, ocultismo, mas sim com a possibilidade de aprofundar uma doutrina com novos conhecimentos, no caso, com as chaves oferecidas pela Doutrina Espírita para a compreensão das parábolas e ensinos de Jesus à luz das Leis Divinas.

Segundo o insigne professor Carlos Torres Pastorino, em sua coleção “Sabedoria do Evangelho”, a primeira tentação guarda como simbolismo a vida do espírito imortal, em sua trajetória evolutiva, nas encarnações sucessivas ou reencarnações, o qual precisa confrontar – na aridez do deserto da existência num planeta de expiações e de provas – com três grandes “tentações”:

I - de EGOÍSMO - transformar as pedras em pães, para saciar a própria fome. Trata-se do desejo animal de satisfazer à fome, isto é, aos apetites egoístas dos instintos inferiores. A resposta de Jesus, extraída de Deuteronômio 8:3, faz-nos compreender que a alimentação espiritual da tríade superior também pode saciar essas fomes.

 Livro “O CONSOLADOR”

Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

PERGUNTA 68
68 - Como conceituar o estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer”?

-Esse propósito do homem viciado, dos tempos atuais. Constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais.
Foi esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, que provocou a crise moral do mundo, em cujos espetáculos sinistros podemos reconhecer que o homem físico, da radiotelefonia e do transatlântico, necessita de mais verdade que dinheiro, de mais luz que de pão.

 Livro "O ESPÍRITO DA VERDADE"

Espíritos Diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Capítulo “Prece do pão”
(estudando O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII – Item 7)
Senhor!

Entre aqueles que te pedem proteção, estou eu também, servo humilde a quem mandaste extinguir o flagelo da fome.

Partilhando o movimento daqueles que te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.

Vi-me freqüentemente detido, em lares faustosos, cooperando nas alegrias da mesa farta, mas vi pobres mulheres que me estendiam, debalde, as mãos!...

Vi crianças esquálidas que me olhavam ansiosas, como se estivessem fitando um tesouro perdido.

Encontrei homens tristes, transpirando suor, que me contemplavam agoniados, rogando em silêncio para que lhes socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...

Escutei doentes que não precisavam tanto de remédio, mas de mim, para que pudessem atender ao estômago torturado!...

Vi a penúria cansada de pranto e reparei, em muitos corações desvalidos, mudo desespero por minha causa.

Entretanto, Senhor, quase sempre estou encarcerado por aquelas mesmas criaturas que te dizem honrar.

Falam em teu nome, confortadas e distraídas na moldura do supérfluo, esquecendo que caminhaste no mundo, sem reter uma pedra em que repousar a cabeça.

Elogiam-te a bondade e exaltam-te a glória, sem perceberem junto delas, seus próprios irmãos fatigados e desnutridos.

E, muitas vezes, depois de formosas dissertações em torno de teus ensinos, aprisionam-me em gavetas e armários, quando não me trancam sob a tela colorida de vitrines custosas ou no recinto escuro dos armazéns.

Ensina-lhes, Senhor, nas lições da caridade, a dividir-me por amor, para que eu não seja motivo à delinqüência.

E, se possível, multiplica-me, por misericórdia, outra vez, a fim de que eu possa aliviar todos os famintos da Terra, porque um dia, Senhor, quando ensinavas o homem a orar, incluíste-me entre as necessidades mais justas da vida, suplicando também a Deus:

– “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.”

MEIMEI

 Livro “FONTE VIVA”

Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Capítulo “NÃO SOMENTE”

Nem só de pão vive o homem. - Jesus. (MATEUS. 4:4).

Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.

Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos.

Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.

Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.

Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável.

Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.

Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível.

Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.

Não apenas flores, mas também frutos.

Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.

Não só teoria excelente, mas também prática santificante.

Não apenas nós, mas igualmente os outros.

Disse o Mestre: - "Nem só de pão vive o homem".

Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.

Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.

EMMANUEL

domingo, 23 de maio de 2010

O NOVO TESTAMENTO


Amigos, gostaria de indicar a notável tradução de O Novo Testamento feita por Haroldo Dutra Dias.

Trata-se de uma tradução do Novo Testamento diretamente dos manuscritos gregos, com foco na linguagem, mas sem menosprezar as questões culturais, históricas e teológicas.

Pensado e executado em língua portuguesa, o trabalho se distingue pela riqueza de suas notas.

Além disso, expressões idiomáticas, palavras enigmáticas, tradições religiosas, questões culturais e históricas, arqueologia, crítica textual são abordadas de forma direta e suscinta favorecendo o entendimento do texto.

O leitor será conduzido ao cenário do Ministério de Jesus, a fim de "auscultar" suas palavras e ensinamentos como se fosse um morador daquela região, apreendendo a mensagem de amor do Mestre Galileu em toda a sua originalidade, vigor, e riqueza cultural.

A editora é a Edicei - Departamento do Livro do CEI - Conselho Espírita Internacional.

Oportunamente, estudaremos o Novo Testamento no programa usando essa tradução.
Fraternal abraço, Fabiano

O NOVO TESTAMENTO


Amigos, gostaria de indicar a notável tradução de O Novo Testamento feita por Haroldo Dutra Dias.

Trata-se de uma tradução do Novo Testamento diretamente dos manuscritos gregos, com foco na linguagem, mas sem menosprezar as questões culturais, históricas e teológicas.

Pensado e executado em língua portuguesa, o trabalho se distingue pela riqueza de suas notas.

Além disso, expressões idiomáticas, palavras enigmáticas, tradições religiosas, questões culturais e históricas, arqueologia, crítica textual são abordadas de forma direta e suscinta favorecendo o entendimento do texto.

O leitor será conduzido ao cenário do Ministério de Jesus, a fim de "auscultar" suas palavras e ensinamentos como se fosse um morador daquela região, apreendendo a mensagem de amor do Mestre Galileu em toda a sua originalidade, vigor, e riqueza cultural.

A editora é a Edicei - Departamento do Livro do CEI - Conselho Espírita Internacional.

Oportunamente, estudaremos o Novo Testamento no programa usando essa tradução.
Fraternal abraço, Fabiano

sábado, 15 de maio de 2010

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 3 (Programa de 16 e 19 Maio 10)



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O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Capítulo 4: vers. 3

Disse-lhe, então, o diabo: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”.

 Sobre a impossibilidade de existir um ser, quer seja chamdo arimane, diabo ou satanaz, em condição de opositor de Deus, leiamos: Allan Kardec, em A Gênese:

Cap. III, itens 1, 2 e 3 (A. Kardec analisa a origem do bem e do mal).

Cap. XIII, itens 16 (A. Kardec conduz-nos à compreensão sobre Leis Divinas, imutáveis e irrevogáveis)

Cap. XIV, itens 12 (A. Kardec explica-nos sobre a ilógica da existência de Deus, sendo Infinitamente Perfeito, e de um Satanáz, como Seu eterno opositor)

 Recomendamos, ainda, a releitura da exegese – prodigiosa – de Allan Kardec, que está contida também em A Gênese, no seu capítulo XV, itens 52 e 53, acerca da “Tentação no Deserto”.

 A Expressão “Se és filho de Deus” é, na verdade, uma construção gramatical que traduz um desafio do “diabolos”, do grego significando “inimigo”, para Jesus, e não uma expressão de dúvida por parte desta figura alegórica quanto à Sua condição de Messias de Israel (o título Filho de Deus era atribuído ao Messias).

 Interessante notar a precisão da narrativa de Lucas, onde ele usa a expressão “esta pedra”, conquanto, deixa entrever-se que ela estaria na mão do “inimigo”.

 A exegese das parábolas, pregações e ensinos de Jesus pode ser desenvolvida sob duas ópticas: exotérica e esotérica. Esses termos não se referem a doutrinas religiosas ou filosóficas, como o hermetismo, ocultismo e a Teosofia, mas sim ao sentido gramatical da palavra:

Exotérica = comum, trivial, compreensível pelo grande público.

Esotérica = entendimento fundamentado no conhecimento das Leis Espirituais (Leis Divinas ou Leis Naturais)

 Na visão exotérica (reiteramos, significa ser compreensível ao grande público, pelo entendimento e aplicabilidade imediatos), encontraremos lições práticas para a vida dos ouvintes, efeito direto da brilhante pedagogia de Jesus, que através da composição de imagens visuais logradas pelas histórias, conduzia o pensamento das multidões, ensinando-lhes a raciocinar. E, os ensinando a raciocinar, desvelava sobre como viverem suas vidas em conformidade com as Leis Naturais. Por tal razão, as lições do Cristo foram de notável pragmatismo, em todas as épocas da civilização cristã, mormente nos dias atuais, em pleno século XXI.

Conforme dissemos no estudo do programa anterior, em outra visão, agora sob a óptica histórica, ainda no que diz respeito à alegoria da primeira tentação, sobre o transformar “esta pedra em pão”, pela necessidade imposta pela fome, cabe recordar que o povo hebreu encontrava-se sob a dominação do Império Romano, e por tal razão, era sobrecarregado de taxas e impostos pelo seu dominador. Grande parte da população passava não apenas fome, mas também graves necessidades sociais, e havia a expectativa de que O Messias Nacional viesse usar sua energia para aplacar a fome do povo, usando métodos e ensinamentos que melhorassem as condições econômicas da população, tornando a nação hebréia mais desenvolvida, restabelecendo, por conseguinte, a pujança de um reino de próspero, a exemplo do que foram os reinos à época dos poderosos soberanos Davi e Salomão.

Jesus nunca estivera sob tentação de nenhum espírito, ou situação, malgrado, poder-se-ia dizer que Sua missão enfrentaria o desafio de manter o foco em saciar, unicamente, a fome espiritual do povo Hebreu, e da humanidade. Para tal intuito, Jesus Se apresentara como “O Pão da Vida”, como “O Pão Vivo que Desceu do Céu”, e àquele que viera trazer a “Água Viva”, sobretudo porque a presença do Cristo-Jesus na crosta Terrestre seria curta, e ímpar, demandando o aproveitamento máximo de cada instante para a solução dos verdadeiros problemas do povo hebreu, e da humanidade: os problemas da Vida Eterna.

Outra lição que se poderia apreender nessa passagem, numa analogia com as religiões cristãs, e os cristãos, os quais também estão sob a tentação de transformar uma pedra em pão, urge entender que tal alegoria denotaria prometer aos seguidores do Evangelho de Jesus a prosperidade financeira, riquezas, ou qualquer tipo de plenitude material, para os que conseguirem vivenciar o Evangelho de Jesus. A vida plena que Jesus promete aos que Lhe seguirem é Vida Espiritual, onde os reais tesouros estão no coração, na alma humana, onde os ladrões não as podem roubar, as traças não as podem corroer, e a ferrugem não as podem consumir. Ele próprio não possuiu riquezas materiais, não tinha sequer uma pedra onde pudesse pousar a cabeça à noite, e os que O seguiram também não acumularam erários na Terra, ao contrário, desprenderam-se de seus bens materiais para atender às necessidades de seus semelhantes.

 A visão esotérica dessa alegoria - no caso, o uso que ora estamos empregando ao termo “esotérico”, ratificamos, nada tem a ver com hermetismo, ocultismo, mas sim com a possibilidade de aprofundar uma exegese com novos conhecimentos, aplicando as chaves oferecidas pela Codificação Kardeciana e as obras subsidiárias da Doutrina Espírita - está relacionada à jornada do Espírito Imortal na sua trajetória evolutiva.

 Segundo o insigne professor Carlos Torres Pastorino, em sua coleção “Sabedoria do Evangelho”, a primeira tentação guarda como simbolismo a vida do espírito imortal, em sua trajetória evolutiva, nas encarnações sucessivas ou reencarnações, o qual precisa confrontar – na aridez do deserto da existência num planeta de expiações e de provas – com três grandes “tentações”:

I - de EGOÍSMO - transformar as pedras em pães, para saciar a própria fome. Trata-se do desejo animal de satisfazer à fome, isto é, aos apetites egoístas dos instintos inferiores. A resposta de Jesus, extraída de Deuteronômio, faz-nos compreender que a alimentação espiritual da tríade superior também pode saciar, essas fomes..

 Na próxima semana, continuaremos analisando a interpretação profunda deste versículo, à luz do conhecimento das Leis Naturais.

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 3 (Programa de 16 e 19 Maio 10)



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O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Capítulo 4: vers. 3

Disse-lhe, então, o diabo: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”.

 Sobre a impossibilidade de existir um ser, quer seja chamdo arimane, diabo ou satanaz, em condição de opositor de Deus, leiamos: Allan Kardec, em A Gênese:

Cap. III, itens 1, 2 e 3 (A. Kardec analisa a origem do bem e do mal).

Cap. XIII, itens 16 (A. Kardec conduz-nos à compreensão sobre Leis Divinas, imutáveis e irrevogáveis)

Cap. XIV, itens 12 (A. Kardec explica-nos sobre a ilógica da existência de Deus, sendo Infinitamente Perfeito, e de um Satanáz, como Seu eterno opositor)

 Recomendamos, ainda, a releitura da exegese – prodigiosa – de Allan Kardec, que está contida também em A Gênese, no seu capítulo XV, itens 52 e 53, acerca da “Tentação no Deserto”.

 A Expressão “Se és filho de Deus” é, na verdade, uma construção gramatical que traduz um desafio do “diabolos”, do grego significando “inimigo”, para Jesus, e não uma expressão de dúvida por parte desta figura alegórica quanto à Sua condição de Messias de Israel (o título Filho de Deus era atribuído ao Messias).

 Interessante notar a precisão da narrativa de Lucas, onde ele usa a expressão “esta pedra”, conquanto, deixa entrever-se que ela estaria na mão do “inimigo”.

 A exegese das parábolas, pregações e ensinos de Jesus pode ser desenvolvida sob duas ópticas: exotérica e esotérica. Esses termos não se referem a doutrinas religiosas ou filosóficas, como o hermetismo, ocultismo e a Teosofia, mas sim ao sentido gramatical da palavra:

Exotérica = comum, trivial, compreensível pelo grande público.

Esotérica = entendimento fundamentado no conhecimento das Leis Espirituais (Leis Divinas ou Leis Naturais)

 Na visão exotérica (reiteramos, significa ser compreensível ao grande público, pelo entendimento e aplicabilidade imediatos), encontraremos lições práticas para a vida dos ouvintes, efeito direto da brilhante pedagogia de Jesus, que através da composição de imagens visuais logradas pelas histórias, conduzia o pensamento das multidões, ensinando-lhes a raciocinar. E, os ensinando a raciocinar, desvelava sobre como viverem suas vidas em conformidade com as Leis Naturais. Por tal razão, as lições do Cristo foram de notável pragmatismo, em todas as épocas da civilização cristã, mormente nos dias atuais, em pleno século XXI.

Conforme dissemos no estudo do programa anterior, em outra visão, agora sob a óptica histórica, ainda no que diz respeito à alegoria da primeira tentação, sobre o transformar “esta pedra em pão”, pela necessidade imposta pela fome, cabe recordar que o povo hebreu encontrava-se sob a dominação do Império Romano, e por tal razão, era sobrecarregado de taxas e impostos pelo seu dominador. Grande parte da população passava não apenas fome, mas também graves necessidades sociais, e havia a expectativa de que O Messias Nacional viesse usar sua energia para aplacar a fome do povo, usando métodos e ensinamentos que melhorassem as condições econômicas da população, tornando a nação hebréia mais desenvolvida, restabelecendo, por conseguinte, a pujança de um reino de próspero, a exemplo do que foram os reinos à época dos poderosos soberanos Davi e Salomão.

Jesus nunca estivera sob tentação de nenhum espírito, ou situação, malgrado, poder-se-ia dizer que Sua missão enfrentaria o desafio de manter o foco em saciar, unicamente, a fome espiritual do povo Hebreu, e da humanidade. Para tal intuito, Jesus Se apresentara como “O Pão da Vida”, como “O Pão Vivo que Desceu do Céu”, e àquele que viera trazer a “Água Viva”, sobretudo porque a presença do Cristo-Jesus na crosta Terrestre seria curta, e ímpar, demandando o aproveitamento máximo de cada instante para a solução dos verdadeiros problemas do povo hebreu, e da humanidade: os problemas da Vida Eterna.

Outra lição que se poderia apreender nessa passagem, numa analogia com as religiões cristãs, e os cristãos, os quais também estão sob a tentação de transformar uma pedra em pão, urge entender que tal alegoria denotaria prometer aos seguidores do Evangelho de Jesus a prosperidade financeira, riquezas, ou qualquer tipo de plenitude material, para os que conseguirem vivenciar o Evangelho de Jesus. A vida plena que Jesus promete aos que Lhe seguirem é Vida Espiritual, onde os reais tesouros estão no coração, na alma humana, onde os ladrões não as podem roubar, as traças não as podem corroer, e a ferrugem não as podem consumir. Ele próprio não possuiu riquezas materiais, não tinha sequer uma pedra onde pudesse pousar a cabeça à noite, e os que O seguiram também não acumularam erários na Terra, ao contrário, desprenderam-se de seus bens materiais para atender às necessidades de seus semelhantes.

 A visão esotérica dessa alegoria - no caso, o uso que ora estamos empregando ao termo “esotérico”, ratificamos, nada tem a ver com hermetismo, ocultismo, mas sim com a possibilidade de aprofundar uma exegese com novos conhecimentos, aplicando as chaves oferecidas pela Codificação Kardeciana e as obras subsidiárias da Doutrina Espírita - está relacionada à jornada do Espírito Imortal na sua trajetória evolutiva.

 Segundo o insigne professor Carlos Torres Pastorino, em sua coleção “Sabedoria do Evangelho”, a primeira tentação guarda como simbolismo a vida do espírito imortal, em sua trajetória evolutiva, nas encarnações sucessivas ou reencarnações, o qual precisa confrontar – na aridez do deserto da existência num planeta de expiações e de provas – com três grandes “tentações”:

I - de EGOÍSMO - transformar as pedras em pães, para saciar a própria fome. Trata-se do desejo animal de satisfazer à fome, isto é, aos apetites egoístas dos instintos inferiores. A resposta de Jesus, extraída de Deuteronômio, faz-nos compreender que a alimentação espiritual da tríade superior também pode saciar, essas fomes..

 Na próxima semana, continuaremos analisando a interpretação profunda deste versículo, à luz do conhecimento das Leis Naturais.

domingo, 9 de maio de 2010

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 2 (Programa de 09 e 12 Maio 10)

O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Lucas 4: 2 durante quarenta dias, e tentado pelo diabo. Nada comeu nesses dias e, [ passado esse tempo, teve fome ] .

OUÇA NOVAMENTE O ÁUDIO DO PROGRAMA


Clique no "PLAY" da figura abaixo



 O que representa o simbolismo da solidão no deserto?


 Lembramos que o espírito João O Evangelista, em A Gênese XV/53, não descartara a importância de refletirmos sobre o simbolismo da alegoria da tentação no deserto. Essa alegoria pode ser interpretada sob os contextos histórico (pragmático) e espiritual (profundo).

 Contexto Histórico

Jesus, não obstante sua condição de Espírito Puro, estivera cerca de 40 anos (do ano 5ac até o ano 33dc) no deserto de uma existência do planeta Terra. Enquanto Espírito Puro, a encarnação em um planeta de provas e expiações, como o caso da Terra, seria comparável com uma áspera solidão no deserto. O evangelista Marcos escrevera que Jesus estivera no deserto, atendido pelos anjos, contudo, na companhia das feras. Recomendamos a leitura dessa passagem na Bíblia de Jerusalém, página 1759. Poderíamos dizer que as “feras” que acompanharam Jesus, do ponto de vista simbólico, seríamos nós mesmos, em virtude de nossa condição de apego às paixões instintivas.

Em outro entendimento, para a óptica histórica, sobre a alegoria da primeira tentação, representada pela fome, cabe recordar que o povo hebreu encontrava-se sob a dominação do Império Romano, e por tal razão, era sobrecarregado de taxas e impostos pelo seu dominador. Grande parte da população passava fome, e havia a expectativa de que O Messias viesse usar sua energia para aplacar a fome do povo, usando métodos e ensinamentos que melhorassem as condições econômicas da população, tornando a nação mais desenvolvida, restabelecendo, por conseguinte, a pujança de um reino de próspero, como foram os reinos à época dos poderosos reis de Davi e Salomão.

 Contexto Espiritual:

No sentido profundo do relato, podemos apreender trata-se da jornada do espírito imortal, quando submetido à Lei da reencarnação. Mergulhado na matéria, sob o jugo do esquecimento do passado, sente – no sentido figurado - a fome espiritual, proporcionada pela felicidade perene do espírito. Nessa condição, está vulnerável às tentações, em função dos instintos humanos e das ilusões do mundo. A ciência tem demonstrado que os instintos não são propriamente “maus”, no seu sentido biológico, pois eles advêm da evolução pelos reinos animais, tendo sido o fator primacial para o progresso das espécies, dotando os seres biológicos de possibilidades de competição, proteção, reprodução e preservação. Nada obstante, para o homem - por pensar e raciocinar - os instintos são forças que podem desequilibrar a criatura, e trazer ruína espiritual.

Na espécie humana, os instintos exacerbados são convertidos em egoísmo.

A primeira tentação no simbolismo da fome, para o espírito imortal, representa o egoísmo, aguçado quando submetido às privações da reencarnação.

O diabo da parábola vem do grego “diabolos” ou inimigo, e representa o Eu Inferior, ou o Eu Instintivo, ou mesmo o ID de Freud, o qual está gravado na “estrutura cerebral reptiliana” (estruturas acionadas para os instintos, presentes na Ponte, Bulbo, Mesencéfalo e cerebelo) e na “estrutura cerebral límbica” (estruturas relacionadas ao comportamento emocional, chamadas sistema límbico, acionado pelas reações emocionais e instintivas dos mamíferos ),e – o mais importante – gravadas na delicada e complexa estrutura do perispírito.

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 2 (Programa de 09 e 12 Maio 10)

O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Lucas 4: 2 durante quarenta dias, e tentado pelo diabo. Nada comeu nesses dias e, [ passado esse tempo, teve fome ] .

OUÇA NOVAMENTE O ÁUDIO DO PROGRAMA


Clique no "PLAY" da figura abaixo



 O que representa o simbolismo da solidão no deserto?


 Lembramos que o espírito João O Evangelista, em A Gênese XV/53, não descartara a importância de refletirmos sobre o simbolismo da alegoria da tentação no deserto. Essa alegoria pode ser interpretada sob os contextos histórico (pragmático) e espiritual (profundo).

 Contexto Histórico

Jesus, não obstante sua condição de Espírito Puro, estivera cerca de 40 anos (do ano 5ac até o ano 33dc) no deserto de uma existência do planeta Terra. Enquanto Espírito Puro, a encarnação em um planeta de provas e expiações, como o caso da Terra, seria comparável com uma áspera solidão no deserto. O evangelista Marcos escrevera que Jesus estivera no deserto, atendido pelos anjos, contudo, na companhia das feras. Recomendamos a leitura dessa passagem na Bíblia de Jerusalém, página 1759. Poderíamos dizer que as “feras” que acompanharam Jesus, do ponto de vista simbólico, seríamos nós mesmos, em virtude de nossa condição de apego às paixões instintivas.

Em outro entendimento, para a óptica histórica, sobre a alegoria da primeira tentação, representada pela fome, cabe recordar que o povo hebreu encontrava-se sob a dominação do Império Romano, e por tal razão, era sobrecarregado de taxas e impostos pelo seu dominador. Grande parte da população passava fome, e havia a expectativa de que O Messias viesse usar sua energia para aplacar a fome do povo, usando métodos e ensinamentos que melhorassem as condições econômicas da população, tornando a nação mais desenvolvida, restabelecendo, por conseguinte, a pujança de um reino de próspero, como foram os reinos à época dos poderosos reis de Davi e Salomão.

 Contexto Espiritual:

No sentido profundo do relato, podemos apreender trata-se da jornada do espírito imortal, quando submetido à Lei da reencarnação. Mergulhado na matéria, sob o jugo do esquecimento do passado, sente – no sentido figurado - a fome espiritual, proporcionada pela felicidade perene do espírito. Nessa condição, está vulnerável às tentações, em função dos instintos humanos e das ilusões do mundo. A ciência tem demonstrado que os instintos não são propriamente “maus”, no seu sentido biológico, pois eles advêm da evolução pelos reinos animais, tendo sido o fator primacial para o progresso das espécies, dotando os seres biológicos de possibilidades de competição, proteção, reprodução e preservação. Nada obstante, para o homem - por pensar e raciocinar - os instintos são forças que podem desequilibrar a criatura, e trazer ruína espiritual.

Na espécie humana, os instintos exacerbados são convertidos em egoísmo.

A primeira tentação no simbolismo da fome, para o espírito imortal, representa o egoísmo, aguçado quando submetido às privações da reencarnação.

O diabo da parábola vem do grego “diabolos” ou inimigo, e representa o Eu Inferior, ou o Eu Instintivo, ou mesmo o ID de Freud, o qual está gravado na “estrutura cerebral reptiliana” (estruturas acionadas para os instintos, presentes na Ponte, Bulbo, Mesencéfalo e cerebelo) e na “estrutura cerebral límbica” (estruturas relacionadas ao comportamento emocional, chamadas sistema límbico, acionado pelas reações emocionais e instintivas dos mamíferos ),e – o mais importante – gravadas na delicada e complexa estrutura do perispírito.

domingo, 2 de maio de 2010

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 2 (Programa de 02 e 05 Maio 10)

O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Lucas 4: 2 durante quarenta dias, e tentado pelo diabo. [ Nada comeu nesses dias ] e, passado esse tempo, teve fome.


OUÇA NOVAMENTE O ÁUDIO DO PROGRAMA


Clique no "play" da figura abaixo


 Mateus fala de um jejum de 40 dias e 40 noites. Alguns pesquisadores, contraditores dos Evangelhos, asseveram que essa assertiva demonstra a não veracidade do conteúdo do evangelho, posto que permanecer quarenta dias de jejum – no deserto – traria como conseqüência desidratação grave, insuficiência renal, colapso circulatório, hipoglicemia, Cetose, alterações nos eletrólitos como sódio e potássio, arritmias cardíacas e conseqüente morte.

 Nada obstante, Allan Kardec restabelece o sentido correto do significado dessa passagem evangélica, em A Gênese (cap. XV/ itens 52 e 53), demonstrando tratar-se de mais uma alegoria, um simbolismo, com o mesmo sentido das parábolas, isto é, agregando grandes ensinamentos para a Eternidade.

 Em sentido alegórico, Jesus, Espírito Puro responsável pela Terra, estivera cerca de 40 anos no deserto da existência planetária. Para um Espírito Puro liberto da reencarnação por – pelo menos – quatro bilhões de anos (tempo da criação planetária), a encarnação na Terra seria comparável a aspereza de uma solidão no deserto. Analisamos a “Bíblia de Jerusalém”, na página 1759.

 Voltando ao jejum, Lucas, que era médico, não se refere ao jejum noturno como o fez Mateus. Os jejuns duravam o período do nascer ao pôr do sol. 

 O jejum era uma prática religiosa importante para o povo hebreu ao tempo de Jesus, de genuína penitência e comunhão com Deus, realizada em combinação com orações, e se mantém até os dias atuais. Alguns grandes feriados nacionais demandavam o jejum de todo o povo, como a Páscoa e o Dia do Grande Perdão.

 Começava ao amanhecer e terminava ao pôr do sol. Ao anoitecer, a refeição seguia as determinações do simbolismo de cada festa religiosa.

 Era uma prática com objetivo de se humilhar diante de Deus, para obter a orientação e a ajuda Divinas. Jesus não viera sublevar as Leis Mosaicas, mas sim ensinar sua mais profunda e verdadeira exegese, a interpretação à luz da Lei de Justiça, Amor e Caridade. Por isso, algumas autoridades religiosas da época diziam que Jesus estimulava a rebeldia contra a tradição do jejum, mas, conforme observamos nessa passagem, Jesus ensinava a fazer do Jejum um ato entre íntimo a criatura e o Criador, em particular anelando a comunhão com Deus, sem buscar a atenção dos homens.

 O livro “Boa Nova” deve ser lido com a “ponta dos dedos”, pois em cada frase encontraremos revelações extraordinárias, não apenas do ponto de vista moral e filosófico, mas também do ponto de vista das ciências históricas. Humberto de Campos, na obra Boa Nova, capítulo 3, “As Primeiras Pregações”, faz uma revelação que oferece as peças do quebra-cabeça que faltavam às ciências históricas, localizando o episódio em sua datação, localidade geográfica, contexto, duração e desdobramento. “Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com O Batista, no triste deserto da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou o oásis de Jericó [...]”

 O que representa o simbolismo da solidão no deserto? (Lembrar que João não descartou a importância do simbolismo na mensagem que Kardec publicou). Essa alegoria pode ser interpretada sob dois contextos: histórico e espiritual. Sobre esse assunto estudaremos nos programas dos dias 9 (10h40) e 12 (12h30) de maio de 2010.

 Não perca!

LUCAS – CAPÍTULO 4 – VERSÍCULO 2 (Programa de 02 e 05 Maio 10)

O Evangelho Segundo Lucas - Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus

Lucas 4: 2 durante quarenta dias, e tentado pelo diabo. [ Nada comeu nesses dias ] e, passado esse tempo, teve fome.


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 Mateus fala de um jejum de 40 dias e 40 noites. Alguns pesquisadores, contraditores dos Evangelhos, asseveram que essa assertiva demonstra a não veracidade do conteúdo do evangelho, posto que permanecer quarenta dias de jejum – no deserto – traria como conseqüência desidratação grave, insuficiência renal, colapso circulatório, hipoglicemia, Cetose, alterações nos eletrólitos como sódio e potássio, arritmias cardíacas e conseqüente morte.

 Nada obstante, Allan Kardec restabelece o sentido correto do significado dessa passagem evangélica, em A Gênese (cap. XV/ itens 52 e 53), demonstrando tratar-se de mais uma alegoria, um simbolismo, com o mesmo sentido das parábolas, isto é, agregando grandes ensinamentos para a Eternidade.

 Em sentido alegórico, Jesus, Espírito Puro responsável pela Terra, estivera cerca de 40 anos no deserto da existência planetária. Para um Espírito Puro liberto da reencarnação por – pelo menos – quatro bilhões de anos (tempo da criação planetária), a encarnação na Terra seria comparável a aspereza de uma solidão no deserto. Analisamos a “Bíblia de Jerusalém”, na página 1759.

 Voltando ao jejum, Lucas, que era médico, não se refere ao jejum noturno como o fez Mateus. Os jejuns duravam o período do nascer ao pôr do sol. 

 O jejum era uma prática religiosa importante para o povo hebreu ao tempo de Jesus, de genuína penitência e comunhão com Deus, realizada em combinação com orações, e se mantém até os dias atuais. Alguns grandes feriados nacionais demandavam o jejum de todo o povo, como a Páscoa e o Dia do Grande Perdão.

 Começava ao amanhecer e terminava ao pôr do sol. Ao anoitecer, a refeição seguia as determinações do simbolismo de cada festa religiosa.

 Era uma prática com objetivo de se humilhar diante de Deus, para obter a orientação e a ajuda Divinas. Jesus não viera sublevar as Leis Mosaicas, mas sim ensinar sua mais profunda e verdadeira exegese, a interpretação à luz da Lei de Justiça, Amor e Caridade. Por isso, algumas autoridades religiosas da época diziam que Jesus estimulava a rebeldia contra a tradição do jejum, mas, conforme observamos nessa passagem, Jesus ensinava a fazer do Jejum um ato entre íntimo a criatura e o Criador, em particular anelando a comunhão com Deus, sem buscar a atenção dos homens.

 O livro “Boa Nova” deve ser lido com a “ponta dos dedos”, pois em cada frase encontraremos revelações extraordinárias, não apenas do ponto de vista moral e filosófico, mas também do ponto de vista das ciências históricas. Humberto de Campos, na obra Boa Nova, capítulo 3, “As Primeiras Pregações”, faz uma revelação que oferece as peças do quebra-cabeça que faltavam às ciências históricas, localizando o episódio em sua datação, localidade geográfica, contexto, duração e desdobramento. “Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com O Batista, no triste deserto da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou o oásis de Jericó [...]”

 O que representa o simbolismo da solidão no deserto? (Lembrar que João não descartou a importância do simbolismo na mensagem que Kardec publicou). Essa alegoria pode ser interpretada sob dois contextos: histórico e espiritual. Sobre esse assunto estudaremos nos programas dos dias 9 (10h40) e 12 (12h30) de maio de 2010.

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sábado, 1 de maio de 2010

O DESERTO DA JUDÉIA NOS DIAS ATUAIS

O DESERTO DA JUDÉIA NOS DIAS ATUAIS

Artigo: O NOME DE DEUS

O    N O M E    D E    D E U S

ARTIGO PUBLICADO NA "REVISTA CULTURA ESPÍRITA", DO INSTITUTO DE CULTURA ESPÍRITA DO BRASIL (ICEB), ANO II, N 13, ABRIL DE 2010, p.15. 

Autor: Fabiano Nunes



(Impronunciável, pois o homem não seria digno de repetir o Nome de Deus)
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Yahweh

Dentre os recursos pedagógicos que Jesus - com genial atilamento - aplicava, um se nos afigura de ímpar importância: a criação de imagens mentais.

Através de histórias belas e singelas, o Mestre Incomparável cunhava imagens visuais com riqueza de nuances, vivas e emocionantes, sempre bem situadas no contexto sócio-cultural dos ouvintes, para que fossem integralmente apreendidas. Desse modo, Jesus conduzia as mentes e os corações - de forma apaixonante - nas artes de pensar e de viver, enquanto, ao mesmo tempo, desvelava as Leis Naturais para todas as gerações de aprendizes, ao longo dos séculos (1).

O impacto dessas figuras visuais na alma dos ouvintes foi tão significativo que, mesmo mais de seis décadas depois, no período em que os Evangelhos teriam sido escritos, foram recordadas com sutilezas e precisão de informações.

Especial beleza é a abordagem do Mestre do Amor no que diz respeito à invocação do nome de Deus.

Naquele tempo, o povo hebreu conhecia 21 denominações (2) para louvar, rogar, agradecer, ou para clamar ao Deus Único, com títulos que evocavam o arquétipo mental de um Soberano Supremo que imprimia grande respeito, mas também singular temor.

Conquanto, grande parte dos religiosos acreditava que o nome de Deus não deveria sequer ser pronunciado, em virtude da indignidade da criatura humana para proferir o Nome Divino, porquanto, havia um tetragrama (3) impronunciável – יהוה - o qual fora posteriormente transliterado para “YHWH”, e interpretado para as línguas modernas como Yahweh (Javé). Até no tempo presente, muitos Judeus Ortodoxos adotam tal prática.

No Antigo Testamento encontraremos as principais alcunhas4: Elohim, O Forte; Adonai, Senhor (Soberano); Yah, Eu Sou; Yahweh, Eu Sou que Sou; El, Deus; El Elyon, Deus Altíssimo; El Olam, Deus Eterno; El Shaddai, Deus Todo Poderoso; Yahweh Sabbaoth, O Senhor dos Exércitos.

Não obstante, Jesus subleva o pensamento corrente, apresentando ao povo (4) uma nova perspectiva de relacionamento entre a criatura e o seu Criador, e para tal fito – de forma original – ensina o emprego de uma nova referência para se dirigir a Deus: Abba.

Na tradução mais habitual (5), Abba significaria “Pai”, malgrado, modernamente encontraremos um novo entendimento para esse termo.

Conforme asseveram as ciências das religiões, e confirma a revelação mediúnica trazida por Francisco Cândido Xavier (6), Jesus falava a língua aramaica, em um dialeto muito específico usado nas cidades do Lago de Tiberíades.

Abba seria a expressão que as criancinhas da Galiléia usavam para falar com seu próprio pai, por conseguinte, tratar-se-ia de um nome informal, que equivaleria às expressões em português “paizinho” ou “querido pai” (7).

Jesus sempre demonstrou ser um professor extremamente “visual”, e numa formidável combinação de simplicidade e inteligência, desconstrói a temível imagem mental do Senhor dos Exércitos, insculpindo nos corações da humanidade o modelo de uma relação pessoal com Deus de grande magnanimidade, que evocava Sua própria relação com o seu paizinho, José de Nazaré, onde havia uma ligação plena em intimidade, proteção, confiança, provisão e, sobretudo, em amor que não mede sacrifícios pelos filhos.

Lembremos, porquanto, nos momentos de desalento que o Deus que Jesus nos ensinou a invocar não é, unicamente, O Criador do Universo, mas também o Paizinho Querido, que como tal devota inexaurível zelo pelos próprios filhinhos.

Um fraternal abraço, Fabiano Pereira Nunes

Referências Bibliográficas
1.Kardec, A. Por que Jesus Fala por Parábolas. In: A. Kardec, O Evangelho Segundo O Espiritismo (E. N. Bezerra, Trad.). Rio de Janeiro: FEB. pp. 427-31

2.Kaschel, W. Dicionário da Bíblia de Almeida (2 ed.). barueri, SP, 2005: Sociedade Bíblica do Brasil.p. 54

3.Extraído de www. wikipedia.org. (s.d.). Acesso em 22 de fevereiro de 2010, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Yahweh

4. Ryrie, C. C. A Bíblia Anotada: edição Expandida. Barueri, SP, 2007: Sociedade Bíblica do Brasil.p 8-9

5. Mateus, O Evangelho Segundo. O Novo Testamento, in: Bíblia de Jerusalém. Português. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2002. Mateus, cap. 6, vers. 7-9, p. 1713.

6. Xavier, F. Candido. Ditado pelo espírito Emmanuel. Há Dois Mil Anos (42 ed.). Rio de Janeiro: FEB, 2002. P. 84

7. Drane, John. Enciclopédia da Bíblia. São Paulo, 2009: Edições Paulinas.p.175

Artigo: O NOME DE DEUS

O    N O M E    D E    D E U S

ARTIGO PUBLICADO NA "REVISTA CULTURA ESPÍRITA", DO INSTITUTO DE CULTURA ESPÍRITA DO BRASIL (ICEB), ANO II, N 13, ABRIL DE 2010, p.15. 

Autor: Fabiano Nunes



(Impronunciável, pois o homem não seria digno de repetir o Nome de Deus)
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Yahweh

Dentre os recursos pedagógicos que Jesus - com genial atilamento - aplicava, um se nos afigura de ímpar importância: a criação de imagens mentais.

Através de histórias belas e singelas, o Mestre Incomparável cunhava imagens visuais com riqueza de nuances, vivas e emocionantes, sempre bem situadas no contexto sócio-cultural dos ouvintes, para que fossem integralmente apreendidas. Desse modo, Jesus conduzia as mentes e os corações - de forma apaixonante - nas artes de pensar e de viver, enquanto, ao mesmo tempo, desvelava as Leis Naturais para todas as gerações de aprendizes, ao longo dos séculos (1).

O impacto dessas figuras visuais na alma dos ouvintes foi tão significativo que, mesmo mais de seis décadas depois, no período em que os Evangelhos teriam sido escritos, foram recordadas com sutilezas e precisão de informações.

Especial beleza é a abordagem do Mestre do Amor no que diz respeito à invocação do nome de Deus.

Naquele tempo, o povo hebreu conhecia 21 denominações (2) para louvar, rogar, agradecer, ou para clamar ao Deus Único, com títulos que evocavam o arquétipo mental de um Soberano Supremo que imprimia grande respeito, mas também singular temor.

Conquanto, grande parte dos religiosos acreditava que o nome de Deus não deveria sequer ser pronunciado, em virtude da indignidade da criatura humana para proferir o Nome Divino, porquanto, havia um tetragrama (3) impronunciável – יהוה - o qual fora posteriormente transliterado para “YHWH”, e interpretado para as línguas modernas como Yahweh (Javé). Até no tempo presente, muitos Judeus Ortodoxos adotam tal prática.

No Antigo Testamento encontraremos as principais alcunhas4: Elohim, O Forte; Adonai, Senhor (Soberano); Yah, Eu Sou; Yahweh, Eu Sou que Sou; El, Deus; El Elyon, Deus Altíssimo; El Olam, Deus Eterno; El Shaddai, Deus Todo Poderoso; Yahweh Sabbaoth, O Senhor dos Exércitos.

Não obstante, Jesus subleva o pensamento corrente, apresentando ao povo (4) uma nova perspectiva de relacionamento entre a criatura e o seu Criador, e para tal fito – de forma original – ensina o emprego de uma nova referência para se dirigir a Deus: Abba.

Na tradução mais habitual (5), Abba significaria “Pai”, malgrado, modernamente encontraremos um novo entendimento para esse termo.

Conforme asseveram as ciências das religiões, e confirma a revelação mediúnica trazida por Francisco Cândido Xavier (6), Jesus falava a língua aramaica, em um dialeto muito específico usado nas cidades do Lago de Tiberíades.

Abba seria a expressão que as criancinhas da Galiléia usavam para falar com seu próprio pai, por conseguinte, tratar-se-ia de um nome informal, que equivaleria às expressões em português “paizinho” ou “querido pai” (7).

Jesus sempre demonstrou ser um professor extremamente “visual”, e numa formidável combinação de simplicidade e inteligência, desconstrói a temível imagem mental do Senhor dos Exércitos, insculpindo nos corações da humanidade o modelo de uma relação pessoal com Deus de grande magnanimidade, que evocava Sua própria relação com o seu paizinho, José de Nazaré, onde havia uma ligação plena em intimidade, proteção, confiança, provisão e, sobretudo, em amor que não mede sacrifícios pelos filhos.

Lembremos, porquanto, nos momentos de desalento que o Deus que Jesus nos ensinou a invocar não é, unicamente, O Criador do Universo, mas também o Paizinho Querido, que como tal devota inexaurível zelo pelos próprios filhinhos.

Um fraternal abraço, Fabiano Pereira Nunes

Referências Bibliográficas
1.Kardec, A. Por que Jesus Fala por Parábolas. In: A. Kardec, O Evangelho Segundo O Espiritismo (E. N. Bezerra, Trad.). Rio de Janeiro: FEB. pp. 427-31

2.Kaschel, W. Dicionário da Bíblia de Almeida (2 ed.). barueri, SP, 2005: Sociedade Bíblica do Brasil.p. 54

3.Extraído de www. wikipedia.org. (s.d.). Acesso em 22 de fevereiro de 2010, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Yahweh

4. Ryrie, C. C. A Bíblia Anotada: edição Expandida. Barueri, SP, 2007: Sociedade Bíblica do Brasil.p 8-9

5. Mateus, O Evangelho Segundo. O Novo Testamento, in: Bíblia de Jerusalém. Português. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2002. Mateus, cap. 6, vers. 7-9, p. 1713.

6. Xavier, F. Candido. Ditado pelo espírito Emmanuel. Há Dois Mil Anos (42 ed.). Rio de Janeiro: FEB, 2002. P. 84

7. Drane, John. Enciclopédia da Bíblia. São Paulo, 2009: Edições Paulinas.p.175