sábado, 2 de abril de 2011

A Elaboração dos Evangelhos - programa 3



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 Qual teria sido o evangelho primitivo, ou proto-evangelho, à luz da revelação mediúnica?

Encontraremos tal resposta no Livro “Paulo e Estevão”, ditado pelo espírito Emmanuel ao médium Francisco Cândido Xavier, editora FEB.
- No capítulo “EM JERUSALÉM”, Emmanuel nos traz a notícia de um diálogo entre Jeziel (Estevão) e Simão Pedro. Jeziel estivera em convalescência na Casa do Caminho, e Simão se rejubilava com a recuperação do jovem. Palestrando sobre as Escrituras Sagradas, Jeziel explica ao ex-pescador de Cafarnaum Isaías sempre o impressionara, em razão da beleza das promessas divinas de que fora portador, anunciando a vinda do Messias, sobre cuja vinda sempre meditara desde a infância. Simão Pedro esboçando um sorriso de viva satisfação e diz-lhe:
[...] — Mas, não sabes que o Messias já veio?
Jeziel teve um brusco sobressalto na cadeira improvisada.
— Que dizeis? — inquiriu ansioso.
— Nunca ouviste falar em Jesus de Nazaré?
Embora recordasse vagamente as palavras ouvidas de Efraim, declarou:
— Nunca!
— Pois o profeta nazareno já nos trouxe a mensagem de Deus para todos os séculos.
E Simão Pedro, olhos acesos na chama luminosa dos que se sentem felizes ao recordar um tempo venturoso, falou-lhe da exemplificação do Senhor, traçando uma perfeita biografia verbal do Mestre sublime.
Em traços de forte colorido, lembrou os dias em que o hospedava no seu tugúrio à margem do Genesaré, as excursões pelas aldeias vizinhas, as viagens de barca, de Cafarnaum aos sítios marginais do lago. Era de se lhe ver a emoção intraduzível da voz, a alegria interior com que rememorava os feitos e prédicas junto ao lago marulhoso, acariciado pelo vento, a poesia e a suavidade dos crepúsculos vespertinos. A imaginação viva do Apóstolo sabia tecer comentários judiciosos e brilhantes ao evocar um leproso curado, um cego que recuperara a vista, uma criancinha doente e prestes restabelecida.
Jeziel bebia-lhe as palavras, inteiramente empolgado, como se houvesse encontrado um mundo novo. A mensagem da Boa Nova penetrava-lhe o espírito desencantado, como um bálsamo suave.
Quando Simão parecia prestes a terminar a narrativa, não pôde conter-se e perguntou:
— E o Messias? Onde está o Messias?
— Há mais de um ano — exclamou o Apóstolo apagando a vivacidade com a lembrança triste — foi crucificado aqui mesmo em Jerusalém, entre os ladrões.
Em seguida, passou a enumerar os martírios pungentes, as dolorosas ingratidões de que o Mestre fora vítima, os ensinos derradeiros e a gloriosa ressurreição do terceiro dia. Depois, falou dos primeiros dias do apostolado, dos acontecimentos do Pentecostes e das últimas aparições do Senhor, no cenário sempre saudoso da Galiléia distante.
Jeziel tinha as pupilas úmidas. Aquelas revelações sensibilizavam-lhe o coração, como se houvesse conhecido o profeta de Nazaré. E, ligando o perfil deste aos textos que retinha de cor, enunciou, quase em voz alta, como se falasse consigo mesmo:
— ‘Levantar-se-á (Capítulo 53º, de Isaías) como um arbusto verde, na ingratidão de um solo árido...
Carregado de opróbrios e abandonado dos homens.
Coberto de ignomínias não merecerá consideração.
Será ele quem carregará o fardo pesado de nossas culpas e sofrimentos, tomando sobre si todas as nossas dores.
Parecerá um homem vergado sob a cólera de Deus...
Humilhado e ferido deixar-se-á conduzir como um cordeiro, mas, desde o instante em que oferecer sua vida, os interesses do Eterno hão de prosperar nas suas mãos.’
Simão, admirado de tanto conhecimento dos sagrados textos, terminou dizendo:
- Vou buscar-te os textos novos. São as anotações de Levi (Mateus) sobre o Messias redivivo.
“E, em breves minutos, o Apóstolo lhe punha nas mãos os pergaminhos do Evangelho.
Jeziel não leu; devorou.
Assinalou, em voz alta, uma a uma, todas as passagens da narrativa, seguido pela atenção de Pedro intimamente satisfeito.
Terminada a rápida análise, o jovem advertiu:
- Encontrei o tesouro da vida, preciso examiná-lo com mais vagar, quero saturar-me da sua luz, pois aqui pressinto a chave dos enigmas humanos.”

 No próximo programa estudaremos sobre o trabalho publicado pela Magdalen College, da University of Oxford, a respeito de três fragmentos de um papiro cuja datação remonta ao século I. Não percam!  

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