domingo, 5 de dezembro de 2010

LUCAS (O EVANGELHO SEGUNDO), CAPÍTULO 4 : VERSÍCULO 14 – JESUS INAUGURA SUA PREGAÇÃO (Programa de 05 e 08 de Dezembro/2010)

O NOVO TESTAMENTO - TRADUÇÃO "BÍBLIA DE JERUSALÉM"

LUCAS (O EVANGELHO SEGUNDO), CAPÍTULO 4 : VERSÍCULO 14 – JESUS INAUGURA SUA PREGAÇÃO

MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILÉIA

Jesus Inaugura sua pregação

14 [Jesus voltou então para a Galiléia], com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a região circunvizinha.
 

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 Comparação do estilo do escritor Humberto de Campos com o estilo do espírito Irmão X:

“(....) Sob os limoeiros copados, cujas ramas, aqui e ali, roçavam o chão, as crianças brincavam, correndo em algazarra, simulando combates de judeus e romanos. Por cima das ramagens, o céu era todo azul e ouro, e uma brisa fresca soprava, como uma carícia, das bandas do lago. Balouçado por ela, o limoal escrevia em hebraico, aqui e ali, no solo pedregoso, com letras de luz abertas na sombra, pequenos poemas misteriosos. Tudo era, em torno, festivo e jovial. As próprias aves, tontas de luz, cantavam mais alto. (....). Humberto de Campos (encarnado), In: O Monstro e Outros Contos. Cap. 60.

“(....) A manhã era bela, no seu manto diáfano de radiosas neblinas. As águas transparentes vinham beijar os eloendros da praia, como se brincassem ao sopro das virações perfumadas da Natureza. Os pescadores entoavam uma cantiga rude e, dispondo inteligentemente as barcaças móveis, deitavam as redes, em meio de profunda alegria. (....)” . Humberto de Campos (espírito). In : Boa Nova. Cap. 3. Primeiras Pregações

 “Os escritores dos evangelhos não fizeram nenhuma tentativa de desenvolver a vida de Cristo histórica ou cronologicamente. Eles também não fizeram nenhuma tentativa de apresentar uma biografia de Cristo. Os escritores, usando o mesmo material existente, selecionaram e arrajaram, segundo sua ênfase e interpretação individual, aquilo que representava o retrato particular de Cristo que eles desejam transmitir. Os evangelhos apresentam a vida de Cristo tematicamente e, por isso, devem ser vistos como complementares e suplementares, em vez de contraditórios”. PENTECOST, J. Dwight. The Words and Works of Jesus Christ: a Study of the Life of Christ. (Citado por Darrel L. Bock. Jesus segundo as escrituras)

 O que significa, em teologia, a “Harmonização” dos Evangelhos? Trata-se da ciência que busca colocar os textos dos Evangelhos em ordem cronológica.

 Critérios usados nos precessos de ordenação cronológica das passagens evangélicas (isto é, “harmonização”), segundo Haroldo Dutra Dias (da UEM, articulista da Revista Reformador):

1. Não mutilar nenhum dos 4 Evangelhos;

2. Conforme a necessidade, comparar as perícopes, texto a texto, frase a frase, expressão a expressão e palavra a palavra;

3. Seguir ordem cronológica, quando é possível ter referências cronológicas concretas, o que raramente acontece;

4. Partir do princípio de que certas referências temporais presentes nos Evangelhos («então», «em seguida», «depois», «naqueles dias», «naquele tempo», «naquele dia», etc.) têm pouca relação temporal ou mesmo nenhuma com os acontecimentos que lhes deram origem. (Um exemplo flagrante: Lc 24, referindo-se ao que aconteceu ao longo de 40 dias, narra-o como se tudo tivesse acontecido no mesmo dia);

5. Como não há possibilidade de conhecer a ordem cronológica exata dos acontecimentos evangélicos, qualquer ordem para eles adotada será, forçosamente, convencional. Assim, seguir, sempre que possível, a ordem presente na maioria dos Evangelhos, em detrimento da minoria;

6. Quando não é possível desempatar pela maioria nem por nenhum critério objetivo, optar por apresentar as perícopes nos vários momentos em que são encontradas nos Evangelhos;

7. Não considerar que a ordem seguida por Lucas seja melhor que a de Marcos e a de João, apesar do que afirma no Prólogo (Lc 1,3-4). (Por exemplo, em Lc 3, 19-22, a prisão de João Baptista está antes do batismo de Jesus, o que é um estranho anacronismo!) Por sua vez, o Evangelho de Mateus, pela sua própria estrutura, segue, visivelmente, uma ordem temática, o que significa que não tem a preocupação de seguir uma ordem cronológica;

8. Por falta de critérios objetivos em contrário, quando um discurso de Jesus se encontra em momentos diferentes, conforme a ordem seguida por cada um dos Evangelhos, transcrevê-lo nesses vários momentos. O mais lógico é aceitar que Jesus repetiu muitos dos seus discursos e/ou partes deles em momentos diferentes da sua vida pública, embora seja impossível conhecer o respectivo contexto. Isto compreende-se, visto que o ensino era baseado na repetição e na memorização;

9. Não havendo evidências para identificar duas ou mais perícopes (um pouco) parecidas como narrações do mesmo acontecimento, considerar como narrações de acontecimentos eventualmente muito semelhantes, mas não do mesmo. Ao longo da sua vida pública, Jesus deve ter passado por muitas situações semelhantes, nas quais teria agido de forma semelhante e às quais teria havido reacções semelhantes;

10. Faltando outros critérios, seguir a coerência dos deslocamentos geográficos na Palestina;

11. Quando não é possível seguir os critérios anteriores, seguir a coerência narrativa, textual e gramatical;

12. Em último recurso, valer-se do paralelismo com outros textos ou expressões dos Evangelhos em particular ou da Bíblia em geral;

13. Não harmonizar expressões como “Reino dos Céus”, típica de Mateus, com a expressão «Reino de Deus», usada pelos outros evangelistas, partindo do pressuposto de que têm o mesmo significado.

 Vejamos alguns exemplo práticos dos critérios de “harmonização" dos textos dos Evangelhos, contidos no livro BOA NOVA(Irmão X/Francisco Candido Xavier), apresentados por Haroldo Dutra Dias:

 1. Capítulo 13 “Pecado e Punição”

Descreve a história e desdobramentos apóstólicos da passagem da “mulher adúltera”.

Desconecta a histórica tradição que identifica a “adúltera” como sendo “Maria Madalena”.

Resolve o problema da “Crítica Textual”.

Aborda a questão da interpretação e aplicação da Toráh: Êxodo, 21:24-25 - 24olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, 25queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. Levítico, 24:19-21 - 19Quando também alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: 20quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará. 21Quem, pois, matar um animal restituí-lo-á; mas quem matar um homem será morto. Deuteronômio, 19:21 - 21O teu olho não poupará: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé. Levítico, 20:10 - 10Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. Deuteronômio, 22:22-25 - 22Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal de Israel. 23Quando houver moça virgem, desposada com algum homem, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, 24então, trareis ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis com pedras, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti. 25E, se algum homem, no campo, achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então, morrerá só o homem que se deitou com ela.

2. Capítulo 10 “O Perdão”

Descreve a história e desdobramentos apóstólicos da pregação e rejeição de Jesus em sua cidade natal – Nazaré –unificando a narrativa de Mt,13:54-58 e Mc, 6:1-6 – muito similares – com a de Lucas (4:16-30) – que acrescenta mais dados – antecipando em 60 anos as propostas de harmonizações evangélicas recentes, como a de Darrel L. Bock.

Contextualiza cronologicamente a famosa passagem do “perdoar setenta vezes sete vezes” (Lc, 17:4 / Mt, 18:21-22) no início do ministério de Jesus.




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