sábado, 26 de fevereiro de 2011

TEMPORADA DE VERÃO - PROGRAMA 3

TEMPORADA DE VERÃO

ÁUDIO COMPLETO DOS PROGRAMAS DE RÁDIO

OUÇA NOVAMENTE O ÁUDIO DO PROGRAMA N. 3, CLIQUE NO PLAY ("setinha") DA FIGURA ABAIXO:


OU PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO DESSE PROGRAMA, CLIQUE AQUI

Jesus para o homem

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier

“E achado em forma como homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.” – Paulo. (Filipenses, 2:8).

O Mestre desceu para servir,

Do esplendor à escuridão...

Da alvorada eterna à noite plena...

Das estrelas à manjedoura...

Do infinito à limitação...

Da glória à carpintaria...

Da grandeza à abnegação...

Da divindade dos anjos à miséria dos homens...

Da companhia dos gênios sublimes à convivência dos pecadores...

De governador do mundo a servo de todos...

De credor magnânimo a escravo...

De benfeitor a perseguido...

De salvador a desamparado...

De emissário do amor à vítima do ódio...

De redentor dos séculos a prisioneiro das sombras...

De celeste pastor à ovelha oprimida...

De poderoso trono à cruz do martírio...

Do verbo santificante ao angustiado silêncio...

De advogado das criaturas a réu sem defesa...

Dos braços dos amigos ao contato de ladrões...

Do doador da vida eterna a sentenciado no vale da morte...

Humilhou-se e apagou-se para que o homem se eleve e brilhe para sempre!

Oh! Senhor, que não fizeste por nós, a fim de aprendermos o caminho da Gloriosa Ressurreição no Reino?

 Pão Nosso – cap. 62 - Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB





 
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TEMPORADA DE VERÃO - PROGRAMA 3

TEMPORADA DE VERÃO

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Jesus para o homem

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier

“E achado em forma como homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.” – Paulo. (Filipenses, 2:8).

O Mestre desceu para servir,

Do esplendor à escuridão...

Da alvorada eterna à noite plena...

Das estrelas à manjedoura...

Do infinito à limitação...

Da glória à carpintaria...

Da grandeza à abnegação...

Da divindade dos anjos à miséria dos homens...

Da companhia dos gênios sublimes à convivência dos pecadores...

De governador do mundo a servo de todos...

De credor magnânimo a escravo...

De benfeitor a perseguido...

De salvador a desamparado...

De emissário do amor à vítima do ódio...

De redentor dos séculos a prisioneiro das sombras...

De celeste pastor à ovelha oprimida...

De poderoso trono à cruz do martírio...

Do verbo santificante ao angustiado silêncio...

De advogado das criaturas a réu sem defesa...

Dos braços dos amigos ao contato de ladrões...

Do doador da vida eterna a sentenciado no vale da morte...

Humilhou-se e apagou-se para que o homem se eleve e brilhe para sempre!

Oh! Senhor, que não fizeste por nós, a fim de aprendermos o caminho da Gloriosa Ressurreição no Reino?

 Pão Nosso – cap. 62 - Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB





 
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sábado, 19 de fevereiro de 2011

EXCELENTE LIVRO SOBRE O JESUS HISTÓRICO

Caros amigos.

Gostaria de recomendar mais uma excelente obra sobre "O Jesus Histórico", que poderá ser encontrada nas grandes livrarias, como as Livraria Saraiva e da Travessa, por exemplo.

No entanto, vocês poderão Consultar e ler o livro aqui mesmo no blog!

A imagem abaixo não é apenas uma figura, mas sim uma janela para acessar esse trabalho, que está também hospedado no "Google Livros".

Bastar clicar na barra de rolagem ("setinhas") da figura abaixo, e as páginas do livro se abrirão para leitura.

Caso a janela apareça "em branco", clique em "conteúdo", no topo dessa figura, e o livro será carregada no blog novamente.





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EXCELENTE LIVRO SOBRE O JESUS HISTÓRICO

Caros amigos.

Gostaria de recomendar mais uma excelente obra sobre "O Jesus Histórico", que poderá ser encontrada nas grandes livrarias, como as Livraria Saraiva e da Travessa, por exemplo.

No entanto, vocês poderão Consultar e ler o livro aqui mesmo no blog!

A imagem abaixo não é apenas uma figura, mas sim uma janela para acessar esse trabalho, que está também hospedado no "Google Livros".

Bastar clicar na barra de rolagem ("setinhas") da figura abaixo, e as páginas do livro se abrirão para leitura.

Caso a janela apareça "em branco", clique em "conteúdo", no topo dessa figura, e o livro será carregada no blog novamente.





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LIVROS QUE NÃO PODEM FALTAR NA SUA BIBLIOTECA

Caros amigos.

Enquanto aprendizes do Evangelho de Jesus, não podemos deixar faltar em nossa biblioteca duas coleções que são verdadeiras Bênçãos de Deus: a "Revista Espírita" (Allan Kardec) e "Sabedoria do Evangelho" (Carlos Torres Pastorino). Elas representam robusto manancial para as pesquisas sobre o Novo Testamento.

Elas poderão ser baixadas clicando neste link amarelo .

Bons estudos, votos de paz, Fabiano.


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LIVROS QUE NÃO PODEM FALTAR NA SUA BIBLIOTECA

Caros amigos.

Enquanto aprendizes do Evangelho de Jesus, não podemos deixar faltar em nossa biblioteca duas coleções que são verdadeiras Bênçãos de Deus: a "Revista Espírita" (Allan Kardec) e "Sabedoria do Evangelho" (Carlos Torres Pastorino). Elas representam robusto manancial para as pesquisas sobre o Novo Testamento.

Elas poderão ser baixadas clicando neste link amarelo .

Bons estudos, votos de paz, Fabiano.


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sábado, 12 de fevereiro de 2011

TEMPORADA DE VERÃO - PROGRAMA 2

TEMPORADA DE VERÃO 

ÁUDIO COMPLETO DOS PROGRAMAS DE RÁDIO

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625. Qual é o tipo mais perfeito que Deus tenha oferecido ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?

“Vede Jesus.”

“Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que a Humanidade PODE PRETENDER na Terra.” [...]



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TEMPORADA DE VERÃO - PROGRAMA 2

TEMPORADA DE VERÃO 

ÁUDIO COMPLETO DOS PROGRAMAS DE RÁDIO

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625. Qual é o tipo mais perfeito que Deus tenha oferecido ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?

“Vede Jesus.”

“Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que a Humanidade PODE PRETENDER na Terra.” [...]



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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

TEMPORADA DE VERÃO - PROGRAMA 1

TEMPORADA DE VERÃO - ÁUDIO COMPLETO DOS PROGRAMAS DE RÁDIO

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DUPLA NATUREZA DE JESUS

Por Allan Kardec

"Poder-se-ia objetar que, em virtude da dupla natureza de Jesus, suas palavras exprimiam seu sentir como homem e não como Deus. Sem, neste momento, examinarmos por que encadeamento de circunstâncias chegaram, muito mais tarde, à hipótese dessa dupla natureza, admitamo-la, por um instante, e vejamos se, em vez de elucidar a questão, ela não a complica ainda mais, ao ponto de torná-la insolúvel.

O que, em Jesus, haveria de humano era o corpo, a parte material. Deste ponto de vista, compreende-se que ele haja podido sofrer e tenha mesmo sofrido como homem.

A alma, o Espírito, a mente, numa palavra, a parte espiritual do Ser é o que haveria nele de divino. Se ele sentia e sofria como homem, como Deus é que pensaria e falaria.

Falava como homem ou como Deus? Eis uma questão importante, pela autoridade excepcional dos seus ensinamentos.

Se falava como homem, suas palavras são passíveis de controvérsia; se falava como Deus, são indiscutíveis e temos de aceitá-las e de com elas conformar-nos, sob pena de deserção e de heresia. O mais ortodoxo será aquele que mais se aproximar delas.

Dir-se-á que, sob o seu envoltório corporal, Jesus não tinha consciência da sua natureza divina? Mas, se fosse assim, ele não teria, sequer, pensado como Deus, sua natureza divina houvera permanecido em estado latente; só a natureza humana teria presidido à sua missão, aos seus atos morais, como aos seus atos materiais. É, pois, impossível abstrair-se da sua natureza divina durante a sua vida, sem se lhe enfraquecer a autoridade.

Mas, se ele falou como Deus, por que esse incessante protesto contra a sua natureza divina que, em tal caso, ele não podia ignorar? Ter-se-ia então enganado, o que seria pouco divino, ou teria cientemente enganado o mundo, o que ainda o seria menos. Parece-nos difícil sair desse dilema.

Se se admitir que falou ora como homem, ora como Deus, a questão se complica, pela impossibilidade de distinguir- se o que vinha do homem e o que procedia de Deus.

Dado que ele tivesse motivos para dissimular sua verdadeira natureza durante a missão que desempenhava, o meio mais simples teria sido não falar dela, ou exprimir-se, como o fez noutras circunstâncias, de modo vago e parabólico, sobre os pontos cujo conhecimento estava reservado ao futuro. Ora, este não é aqui o caso, pois que as palavrasacima nenhuma ambigüidade apresentam.

Enfim, se, apesar de todas estas considerações, ainda se pudesse supor que, quando vivo, ele ignorava a sua verdadeira natureza, outro tanto já não se pode admitir se desse, depois da sua ressurreição, visto que, quando aparece a seus discípulos, já não é o homem quem fala, é o Espírito desprendido da matéria, que já havia de ter recobrado a plenitude de suas faculdades espirituais e a consciência do seu estado normal, da sua identificação com a divindade. Entretanto, foi então que disse: Subo para meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus! A subordinação de Jesus é ainda indicada pela sua qualidade mesma de mediador, que implica a existência de uma pessoa distinta. É ele quem intercede junto a seu Pai; quem se oferece em sacrifício para remissão dos pecadores.

Ora, se ele é o próprio Deus, ou se fosse em tudo igual a este, não precisaria interceder, porquanto ninguém intercede junto a si mesmo."

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 33. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Primeira Parte, Item V, p. 138-140.


O FILHO DE DEUS E O FILHO DO HOMEM

Por Allan Kardec

"O título de Filho de Deus, longe de implicar igualdade, é, muito ao contrário, indício de uma submissão. Ora, ninguém é submetido a si mesmo, mas a alguém.

Para que Jesus fosse, em absoluto, igual a Deus, fora preciso que ele existisse, como Deus, de toda a eternidade, isto é, que fosse incriado. Ora, o dogma diz que Deus o gerou desde toda a eternidade; mas quem diz gerou diz criou. Fosse ou não desde toda a eternidade, ele não deixa por isso de ser uma criatura e de estar, como tal, subordinada ao seu Criador. É a idéia que implicitamente se contém no termo Filho.

Nasceu Jesus no tempo? Ou, por outra: houve um tempo, na eternidade passada, em que ele não existia? ou é ele coeterno com o Pai? Tais as sutilezas sobre que disputaram durante séculos. Em que autoridade se apóia a doutrina da coeternidade, que passou ao estado de dogma? Na opinião dos homens que a engendraram. Mas, esses homens em queautoridade fundaram semelhante opinião? Não foi na de Jesus, pois que este se declara subordinado; não foi na dos profetas que o anunciam como o enviado e o servo de Deus. Em que documentos desconhecidos, mais autênticos do que os Evangelhos, encontraram eles tal doutrina? Parece que só na consciência e na superioridade de suas próprias luzes.

Deixemos, pois, essas discussões vãs, que a nada conduzem e cuja própria solução, fosse esta possível, não tornaria melhores os homens. Digamos que Jesus é Filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai, como nós aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o Filho bem-amado de Deus, porque, tendo alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui toda a confiança e toda a afeição de Deus. Ele se diz Filho único, não porque seja o único ser que haja chegado à perfeição, mas porque era o único predestinado a desempenhar aquela missão na Terra.

Se pode parecer que a qualificação de Filho de Deus apóia a doutrina da divindade, o mesmo já não se dá com a de Filho do homem, que também Jesus deu a si mesmo, em sua missão, e que constituiu objeto de muitos comentários.

Para lhe compreendermos o verdadeiro sentido, temos que remontar à Bíblia, onde a encontramos dada pelo próprio Deus ao profeta Ezequiel.

“Tal a imagem do Senhor, que me foi apresentada. Ao ver aquelas coisas, caí de rosto em terra e ouvi uma voz que me falou assim: Filho do homem, tem-te de pé e eu falarei contigo. — E, tendo-me falado dessa maneira, o Espírito entrou em mim e me firmou nos pés e ouvi que me falava, dizendo: Filho do homem, envio-te aos filhos de Israel, a um povo apóstata, que se retirou de mim. Violaram até hoje, eles e seus pais, a aliança que eu com eles fizera.” (Ezequiel, 2:1 a 3.)

“Filho do homem, eis que eles te prepararam grilhões; acorrentar-te-ão e dali não sairás.” (Idem, 3:25.)

“O Senhor me dirigiu então a palavra, dizendo: — E tu, Filho do homem, ouve o que diz o Senhor Deus à terra de Israel: o fim vem; vem esse fim nos quatro cantos da terra.” (Idem, 7:1 e 2.)

“No décimo dia do décimo mês do nono ano, o Senhor me dirigiu a palavra, dizendo: — Filho do homem, marca bem este dia em que o rei de Babilônia reuniu suas tropas diante de Jerusalém.” (Idem, 24:1 e 2.)

“Disse-me ainda o Senhor estas palavras: — Filho do homem, vou ferir-vos com uma chaga e tirar-vos o que há de mais agradável aos vossos olhos; mas, não me fareis lamentações fúnebres; não chorareis e lágrimas não vos correrão pelas faces. — Gemereis em segredo e não vos enlutareis, como se faz pelos mortos; a vossa coroa se conservará presa à vossa cabeça e tereis nos pés as vossas sandálias; não cobrireis o vosso rosto e não comereis as viandas que se dão aos que se acham de luto. — Falei então pela manhã ao povo e à tarde minha mulher morreu.

No dia seguinte, fiz o que Deus me ordenara.” (Idem, 24:15 a 18.)

“O Senhor ainda me falou e disse: — Filho do homem, profetiza com referência aos pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Eis o que diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos; os pastores não apascentam seus rebanhos?” (Idem, 34:1 e 2.)

“Então, eu o ouvi que me falava, dentro da casa; e o homem que me estava próximo disse: — Filho do homem, está aqui o lugar do meu trono, o lugar onde porei meus pés e onde ficarei para sempre no meio dos filhos de Israel e a casa de Israel não profanará mais o meu santo nome no futuro, nem eles, nem seus reis, com as suas idolatrias, com os sepulcros de seus reis, nem com as nobres descendências.” (Idem, 43:6 e 7.)

“Porque, Deus não ameaça como o homem e não entra em furor como o Filho do homem.” (Judith, 8:15.)

É evidente que a qualificação de Filho do homem quer aqui dizer: que nasceu do homem, por oposição ao que está fora da Humanidade. A última citação, tirada do livro de Judith, não permite dúvida quanto ao significado da expressão, usada em sentido muito literal. Deus somente assim designa a Ezequiel, certamente para lhe lembrar que, malgrado ao dom de profecia que lhe fora concedido, ele não deixava de pertencer à Humanidade e a fim de que não se considerasse de natureza excepcional.

Jesus dá a si mesmo essa qualificação com persistência notável, pois só em circunstâncias muito raras ele se diz Filho de Deus. Em sua boca, não pode ter ela outra significação, que não lembrar que também ele pertence à Humanidade, identificando-se desse modo aos profetas que o precederam e aos quais se comparou, aludindo à sua morte, quando disse: Jerusalém, que matas os profetas! A insistência com que ele se designa por filho do homem parece um protesto antecipado contra a qualidade que, segundo previa, lhe seria dada mais tarde, a fim de ficar bem determinado que essa qualidade não saíra de seus lábios.

É de notar-se que, durante essa interminável polêmica que apaixonou os homens por longa série de séculos e que ainda continua, que acendeu fogueiras e fez correr rios de sangue, o que se discutia era uma abstração, a natureza de Jesus, da qual se fizera a pedra angular do edifício, embora deste não falassem e hajam olvidado uma coisa, a que o Cristo disse ser toda a lei e os profetas: o amor de Deus e do próximo e a caridade, que ele estabeleceu como condição expressa da salvação. Aferraram-se à questão da afinidade de Jesus com Deus e emudeceram com relação às virtudes que ele recomendou e exemplificou.

O próprio Deus ficou apagado, ante a exaltação da personalidade do Cristo. No símbolo de Nicéia, diz-se apenas: Cremos num só Deus, etc. Mas, como é esse Deus? Nenhuma menção ali há dos seus atributos essenciais: a soberana bondade e a soberana justiça. É que estas palavras teriam sido a condenação dos dogmas que consagram a sua parcialidade para com certas criaturas, a sua inexorabilidade, o seu ciúme, a sua cólera, o seu espírito de vindita, e com que justificaram as crueldades cometidas em seu nome.

Se o símbolo de Nicéia, que se tornou o fundamento da fé católica, estava conforme ao espírito do Cristo, por que o anátema com que ele termina? Não está aí uma prova de que ele é obra da paixão dos homens? A que se deve, aliás, a sua adoção? À pressão do imperador Constantino, que dele fez uma questão mais política, do que religiosa. Sem sua ordem, o concílio de Nicéia não se houvera realizado; sem a intimidação que ele exerceu, é mais que provável que o arianismo levasse a melhor. Tudo, pois, dependeu da autoridade soberana de um homem, que não pertence à Igreja, que reconheceu, mais tarde, o erro político que cometera e que inutilmente procurou voltar atrás, conciliando os partidos. Unicamente daquela autoridade dependeu não haver arianos em vez de católicos e de não ser hoje o arianismo a ortodoxia e o catolicismo a heresia.

Após dezoito séculos de lutas e disputas vãs, no curso das quais foi posta inteiramente de lado a parte mais essencial do ensino do Cristo, a única que podia garantir a paz para a Humanidade, toda gente se acha cansada dessas discussões estéreis, que só a perturbações conduziram, gerando a incredulidade, e cujo objeto já não satisfaz à razão.

A opinião geral manifesta hoje uma tendência acentuada a voltar às idéias fundamentais da Igreja primitiva e à parte moral dos ensinamentos do Cristo, por ser a única que pode tornar melhores os homens. Essa é clara, positiva e não pode abrir ensejo a nenhuma controvérsia. Se, desde o princípio, a Igreja houvesse tomado esse caminho, seria agora onipotente em vez de estar em declínio. Houvera congregado a imensa maioria dos homens, em lugar de ter sido esfacelada pelas facções.

Quando marcharem sob essa bandeira, os homens se darão as mãos fraternalmente, em vez de se anatematizarem e amaldiçoarem, por questões que quase nunca compreendem.

Aquela tendência da opinião é sinal de que chegou o momento de ser levada a questão para o verdadeiro terreno."

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 33. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Primeira Parte, Item IX, p. 149-153.




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TEMPORADA DE VERÃO - PROGRAMA 1

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DUPLA NATUREZA DE JESUS

Por Allan Kardec

"Poder-se-ia objetar que, em virtude da dupla natureza de Jesus, suas palavras exprimiam seu sentir como homem e não como Deus. Sem, neste momento, examinarmos por que encadeamento de circunstâncias chegaram, muito mais tarde, à hipótese dessa dupla natureza, admitamo-la, por um instante, e vejamos se, em vez de elucidar a questão, ela não a complica ainda mais, ao ponto de torná-la insolúvel.

O que, em Jesus, haveria de humano era o corpo, a parte material. Deste ponto de vista, compreende-se que ele haja podido sofrer e tenha mesmo sofrido como homem.

A alma, o Espírito, a mente, numa palavra, a parte espiritual do Ser é o que haveria nele de divino. Se ele sentia e sofria como homem, como Deus é que pensaria e falaria.

Falava como homem ou como Deus? Eis uma questão importante, pela autoridade excepcional dos seus ensinamentos.

Se falava como homem, suas palavras são passíveis de controvérsia; se falava como Deus, são indiscutíveis e temos de aceitá-las e de com elas conformar-nos, sob pena de deserção e de heresia. O mais ortodoxo será aquele que mais se aproximar delas.

Dir-se-á que, sob o seu envoltório corporal, Jesus não tinha consciência da sua natureza divina? Mas, se fosse assim, ele não teria, sequer, pensado como Deus, sua natureza divina houvera permanecido em estado latente; só a natureza humana teria presidido à sua missão, aos seus atos morais, como aos seus atos materiais. É, pois, impossível abstrair-se da sua natureza divina durante a sua vida, sem se lhe enfraquecer a autoridade.

Mas, se ele falou como Deus, por que esse incessante protesto contra a sua natureza divina que, em tal caso, ele não podia ignorar? Ter-se-ia então enganado, o que seria pouco divino, ou teria cientemente enganado o mundo, o que ainda o seria menos. Parece-nos difícil sair desse dilema.

Se se admitir que falou ora como homem, ora como Deus, a questão se complica, pela impossibilidade de distinguir- se o que vinha do homem e o que procedia de Deus.

Dado que ele tivesse motivos para dissimular sua verdadeira natureza durante a missão que desempenhava, o meio mais simples teria sido não falar dela, ou exprimir-se, como o fez noutras circunstâncias, de modo vago e parabólico, sobre os pontos cujo conhecimento estava reservado ao futuro. Ora, este não é aqui o caso, pois que as palavrasacima nenhuma ambigüidade apresentam.

Enfim, se, apesar de todas estas considerações, ainda se pudesse supor que, quando vivo, ele ignorava a sua verdadeira natureza, outro tanto já não se pode admitir se desse, depois da sua ressurreição, visto que, quando aparece a seus discípulos, já não é o homem quem fala, é o Espírito desprendido da matéria, que já havia de ter recobrado a plenitude de suas faculdades espirituais e a consciência do seu estado normal, da sua identificação com a divindade. Entretanto, foi então que disse: Subo para meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus! A subordinação de Jesus é ainda indicada pela sua qualidade mesma de mediador, que implica a existência de uma pessoa distinta. É ele quem intercede junto a seu Pai; quem se oferece em sacrifício para remissão dos pecadores.

Ora, se ele é o próprio Deus, ou se fosse em tudo igual a este, não precisaria interceder, porquanto ninguém intercede junto a si mesmo."

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 33. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Primeira Parte, Item V, p. 138-140.


O FILHO DE DEUS E O FILHO DO HOMEM

Por Allan Kardec

"O título de Filho de Deus, longe de implicar igualdade, é, muito ao contrário, indício de uma submissão. Ora, ninguém é submetido a si mesmo, mas a alguém.

Para que Jesus fosse, em absoluto, igual a Deus, fora preciso que ele existisse, como Deus, de toda a eternidade, isto é, que fosse incriado. Ora, o dogma diz que Deus o gerou desde toda a eternidade; mas quem diz gerou diz criou. Fosse ou não desde toda a eternidade, ele não deixa por isso de ser uma criatura e de estar, como tal, subordinada ao seu Criador. É a idéia que implicitamente se contém no termo Filho.

Nasceu Jesus no tempo? Ou, por outra: houve um tempo, na eternidade passada, em que ele não existia? ou é ele coeterno com o Pai? Tais as sutilezas sobre que disputaram durante séculos. Em que autoridade se apóia a doutrina da coeternidade, que passou ao estado de dogma? Na opinião dos homens que a engendraram. Mas, esses homens em queautoridade fundaram semelhante opinião? Não foi na de Jesus, pois que este se declara subordinado; não foi na dos profetas que o anunciam como o enviado e o servo de Deus. Em que documentos desconhecidos, mais autênticos do que os Evangelhos, encontraram eles tal doutrina? Parece que só na consciência e na superioridade de suas próprias luzes.

Deixemos, pois, essas discussões vãs, que a nada conduzem e cuja própria solução, fosse esta possível, não tornaria melhores os homens. Digamos que Jesus é Filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai, como nós aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o Filho bem-amado de Deus, porque, tendo alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui toda a confiança e toda a afeição de Deus. Ele se diz Filho único, não porque seja o único ser que haja chegado à perfeição, mas porque era o único predestinado a desempenhar aquela missão na Terra.

Se pode parecer que a qualificação de Filho de Deus apóia a doutrina da divindade, o mesmo já não se dá com a de Filho do homem, que também Jesus deu a si mesmo, em sua missão, e que constituiu objeto de muitos comentários.

Para lhe compreendermos o verdadeiro sentido, temos que remontar à Bíblia, onde a encontramos dada pelo próprio Deus ao profeta Ezequiel.

“Tal a imagem do Senhor, que me foi apresentada. Ao ver aquelas coisas, caí de rosto em terra e ouvi uma voz que me falou assim: Filho do homem, tem-te de pé e eu falarei contigo. — E, tendo-me falado dessa maneira, o Espírito entrou em mim e me firmou nos pés e ouvi que me falava, dizendo: Filho do homem, envio-te aos filhos de Israel, a um povo apóstata, que se retirou de mim. Violaram até hoje, eles e seus pais, a aliança que eu com eles fizera.” (Ezequiel, 2:1 a 3.)

“Filho do homem, eis que eles te prepararam grilhões; acorrentar-te-ão e dali não sairás.” (Idem, 3:25.)

“O Senhor me dirigiu então a palavra, dizendo: — E tu, Filho do homem, ouve o que diz o Senhor Deus à terra de Israel: o fim vem; vem esse fim nos quatro cantos da terra.” (Idem, 7:1 e 2.)

“No décimo dia do décimo mês do nono ano, o Senhor me dirigiu a palavra, dizendo: — Filho do homem, marca bem este dia em que o rei de Babilônia reuniu suas tropas diante de Jerusalém.” (Idem, 24:1 e 2.)

“Disse-me ainda o Senhor estas palavras: — Filho do homem, vou ferir-vos com uma chaga e tirar-vos o que há de mais agradável aos vossos olhos; mas, não me fareis lamentações fúnebres; não chorareis e lágrimas não vos correrão pelas faces. — Gemereis em segredo e não vos enlutareis, como se faz pelos mortos; a vossa coroa se conservará presa à vossa cabeça e tereis nos pés as vossas sandálias; não cobrireis o vosso rosto e não comereis as viandas que se dão aos que se acham de luto. — Falei então pela manhã ao povo e à tarde minha mulher morreu.

No dia seguinte, fiz o que Deus me ordenara.” (Idem, 24:15 a 18.)

“O Senhor ainda me falou e disse: — Filho do homem, profetiza com referência aos pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Eis o que diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos; os pastores não apascentam seus rebanhos?” (Idem, 34:1 e 2.)

“Então, eu o ouvi que me falava, dentro da casa; e o homem que me estava próximo disse: — Filho do homem, está aqui o lugar do meu trono, o lugar onde porei meus pés e onde ficarei para sempre no meio dos filhos de Israel e a casa de Israel não profanará mais o meu santo nome no futuro, nem eles, nem seus reis, com as suas idolatrias, com os sepulcros de seus reis, nem com as nobres descendências.” (Idem, 43:6 e 7.)

“Porque, Deus não ameaça como o homem e não entra em furor como o Filho do homem.” (Judith, 8:15.)

É evidente que a qualificação de Filho do homem quer aqui dizer: que nasceu do homem, por oposição ao que está fora da Humanidade. A última citação, tirada do livro de Judith, não permite dúvida quanto ao significado da expressão, usada em sentido muito literal. Deus somente assim designa a Ezequiel, certamente para lhe lembrar que, malgrado ao dom de profecia que lhe fora concedido, ele não deixava de pertencer à Humanidade e a fim de que não se considerasse de natureza excepcional.

Jesus dá a si mesmo essa qualificação com persistência notável, pois só em circunstâncias muito raras ele se diz Filho de Deus. Em sua boca, não pode ter ela outra significação, que não lembrar que também ele pertence à Humanidade, identificando-se desse modo aos profetas que o precederam e aos quais se comparou, aludindo à sua morte, quando disse: Jerusalém, que matas os profetas! A insistência com que ele se designa por filho do homem parece um protesto antecipado contra a qualidade que, segundo previa, lhe seria dada mais tarde, a fim de ficar bem determinado que essa qualidade não saíra de seus lábios.

É de notar-se que, durante essa interminável polêmica que apaixonou os homens por longa série de séculos e que ainda continua, que acendeu fogueiras e fez correr rios de sangue, o que se discutia era uma abstração, a natureza de Jesus, da qual se fizera a pedra angular do edifício, embora deste não falassem e hajam olvidado uma coisa, a que o Cristo disse ser toda a lei e os profetas: o amor de Deus e do próximo e a caridade, que ele estabeleceu como condição expressa da salvação. Aferraram-se à questão da afinidade de Jesus com Deus e emudeceram com relação às virtudes que ele recomendou e exemplificou.

O próprio Deus ficou apagado, ante a exaltação da personalidade do Cristo. No símbolo de Nicéia, diz-se apenas: Cremos num só Deus, etc. Mas, como é esse Deus? Nenhuma menção ali há dos seus atributos essenciais: a soberana bondade e a soberana justiça. É que estas palavras teriam sido a condenação dos dogmas que consagram a sua parcialidade para com certas criaturas, a sua inexorabilidade, o seu ciúme, a sua cólera, o seu espírito de vindita, e com que justificaram as crueldades cometidas em seu nome.

Se o símbolo de Nicéia, que se tornou o fundamento da fé católica, estava conforme ao espírito do Cristo, por que o anátema com que ele termina? Não está aí uma prova de que ele é obra da paixão dos homens? A que se deve, aliás, a sua adoção? À pressão do imperador Constantino, que dele fez uma questão mais política, do que religiosa. Sem sua ordem, o concílio de Nicéia não se houvera realizado; sem a intimidação que ele exerceu, é mais que provável que o arianismo levasse a melhor. Tudo, pois, dependeu da autoridade soberana de um homem, que não pertence à Igreja, que reconheceu, mais tarde, o erro político que cometera e que inutilmente procurou voltar atrás, conciliando os partidos. Unicamente daquela autoridade dependeu não haver arianos em vez de católicos e de não ser hoje o arianismo a ortodoxia e o catolicismo a heresia.

Após dezoito séculos de lutas e disputas vãs, no curso das quais foi posta inteiramente de lado a parte mais essencial do ensino do Cristo, a única que podia garantir a paz para a Humanidade, toda gente se acha cansada dessas discussões estéreis, que só a perturbações conduziram, gerando a incredulidade, e cujo objeto já não satisfaz à razão.

A opinião geral manifesta hoje uma tendência acentuada a voltar às idéias fundamentais da Igreja primitiva e à parte moral dos ensinamentos do Cristo, por ser a única que pode tornar melhores os homens. Essa é clara, positiva e não pode abrir ensejo a nenhuma controvérsia. Se, desde o princípio, a Igreja houvesse tomado esse caminho, seria agora onipotente em vez de estar em declínio. Houvera congregado a imensa maioria dos homens, em lugar de ter sido esfacelada pelas facções.

Quando marcharem sob essa bandeira, os homens se darão as mãos fraternalmente, em vez de se anatematizarem e amaldiçoarem, por questões que quase nunca compreendem.

Aquela tendência da opinião é sinal de que chegou o momento de ser levada a questão para o verdadeiro terreno."

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 33. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Primeira Parte, Item IX, p. 149-153.




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VONTADE


VONTADE

Artigo publicado na REVISTA CULTURA ESPÍRITA, do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, ano II, n. 22, janeiro de 2011, p. 15.

“Mas o Cristo, que realizou milagres materiais, mostrou, por esses mesmos milagres, o que o homem pode quando tem fé, isto é, a vontade de querer, e a certeza de que essa vontade pode se realizar.” (1)

Na vida contemporânea, ser dono de uma vontade vigorosa tem sido assinalado como uma das qualidades emocionais de maior proficuidade para uma vida plena em sucesso.

Define-se vontade(2) como a força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo, com o fito de atingir seus fins ou desejos; ou ainda, ânimo, determinação, firmeza, disposição, empenho, interesse, e zelo.

Indubitável, para superarmos todas as vicissitudes faz-se condição essencial a tenacidade e a perseverança. E como usual, em Jesus encontraremos o modelo de vontade e determinação mais diamantino, e também o mais inteligível e acessível para nossa vida humana

Não casualmente, por tal razão Allan Kardec asseverou3 que “para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode pretender na Terra”.(4)

O Amigo Fiel foi incansável na tarefa de ensinar a arte de viver. Em toda a Sua vida apreenderemos – de forma apaixonante - o sentido de uma existência impulsionada por decidido intuito de atingir objetivos, mesmo sob as condições mais tormentosas.

Conquanto, ao findar Seu ministério de amor e caridade na existência planetária, O Ungido de Deus apresenta-nos Sua derradeira lição acerca do uso da vontade vigorosa para a superação dos óbices. Jesus fora levado a uma condenação de morte infamante e cruel - a crucificação, pena aplicada exclusivamente aos soldados romanos desertores e aos mais vis criminosos – sofrendo, pois, as dores mais acerbas.

Pesquisadores de Rochester, Minn, EUA(5), desvelaram que Ele suportara a ignominiosa aplicação do flagrum, açoitamento que era a preliminar legal de todas as execuções romanas. O instrumento usado era um pequeno chicote tipo flagelum, com franjas de couro trançado de variadas larguras, cujas pontas continham pequenas bolas de ferro e pedaços de ossos de ovelha afiados, presos em intervalos. Para o açoitamento, o homem era despido e suas mãos amarradas num poste. As costas, nádegas e pernas eram açoitadas por 2 soldados, ou por 1, que alternava a posição. A severidade da flagelação dependia da disposição que os carrascos pretendiam deixar a vítima: desde apenas um pequeno colapso até a morte. Durante, e depois, do flagelamento os soldados sempre insultavam suas vítimas. Atesta-se que no Pretório Jesus foi severamente chicoteado. Apesar da severidade do flagelo não ser discutida nos quatro relatos evangélicos, está implícita em uma das epístolas de Pedro (I Pedro 2.24).

Os soldados romanos(5), repetidas vezes, golpearam as costas de Jesus com toda a força, porquanto, as bolas de ferro causaram grave traumatismo, ademais, as tiras de couro e os ossos, cortaram Sua pele, com lesões subcutâneas e musculares. Por conseguinte, as lacerações profundas produziram – além do traumatismo grave - intensa hemorragia, possivelmente até em órgãos internos. Acredita-se que o trauma, a dor e a perda de sangue devam ter levado a um estado circulatório de colapso definido como choque. Desta forma, mesmo antes de ser efetivamente crucificado, a condição física de Jesus era, no mínimo, crítica, fato esse que explicaria Sua desencarnação tão rápida na crucificação, haja vista que o condenado costumava levar dias para morrer em asfixia no madeiro.

Malgrado a condição clínica muito grave(5), em vez de imprecar ou ceder, Jesus não hesita em Sua coragem e obstinação, mas ao contrário, O Médium de Deus oferece ao mundo mais uma preciosa lição de ânimo, e robusta determinação: carrega o patibulum da cruz - a haste horizontal de madeira onde os punhos eram pregados no processo de crucificação, pesando entre 34 a 57 kg - do pretorium até o Gólgota, por mais de 600 metros, sem blasfemar, e nem sequer queixar-se. Dessa forma, O Mestre Amorável, ao ser pregado à cruz, transformara essa morte infamante numa epopéia inolvidável, exemplificando o amor, a fidelidade aos amigos e aos ideais, o perdão incondicional, e – de maneira especial – nos ensinou sobre como sustentar a firme disposição para lograrmos os fins anelados, ainda que nas condições mais ásperas. Tenhamos, pois, “a vontade de querer, e a certeza de que essa vontade pode se realizar.” (1)

1. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Albertina Escudeiro Sêco. 1. Ed., Rio de Janeiro, CELD Ed: 2008. Cap.XIX, item 12.

2. HOUAISS, Antonio; Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0. Editora Objetiva Ltda. 2009.

3. Nota: As primeiras edições francesas de O Livro dos Espíritos, assim como as demais obras de Allan Kardec, podem ser lidas no site “Google Livros”, através da URL .

4. KARDEC, Allan. Le Livre Des Esprits. Quatorzième Édition. Didier Et Cie Libraires-Éditeurs, Paris: 1866. Q.625. p. 268.

5. EDWARDS, W. D; GABEL, W. J.; HOSMER, F. E. : On The Physical Death of Jesus Christ. In: JAMA, The Journal of The American Medical Association (Trabalho científico publicado pelo Departamento de Patologia da Mayo Clinics, Rochester, Minn, EUA). USA. 1986, mar 21, vol 255, n. 11, p 1455 – 1464.




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VONTADE


VONTADE

Artigo publicado na REVISTA CULTURA ESPÍRITA, do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, ano II, n. 22, janeiro de 2011, p. 15.

“Mas o Cristo, que realizou milagres materiais, mostrou, por esses mesmos milagres, o que o homem pode quando tem fé, isto é, a vontade de querer, e a certeza de que essa vontade pode se realizar.” (1)

Na vida contemporânea, ser dono de uma vontade vigorosa tem sido assinalado como uma das qualidades emocionais de maior proficuidade para uma vida plena em sucesso.

Define-se vontade(2) como a força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo, com o fito de atingir seus fins ou desejos; ou ainda, ânimo, determinação, firmeza, disposição, empenho, interesse, e zelo.

Indubitável, para superarmos todas as vicissitudes faz-se condição essencial a tenacidade e a perseverança. E como usual, em Jesus encontraremos o modelo de vontade e determinação mais diamantino, e também o mais inteligível e acessível para nossa vida humana

Não casualmente, por tal razão Allan Kardec asseverou3 que “para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode pretender na Terra”.(4)

O Amigo Fiel foi incansável na tarefa de ensinar a arte de viver. Em toda a Sua vida apreenderemos – de forma apaixonante - o sentido de uma existência impulsionada por decidido intuito de atingir objetivos, mesmo sob as condições mais tormentosas.

Conquanto, ao findar Seu ministério de amor e caridade na existência planetária, O Ungido de Deus apresenta-nos Sua derradeira lição acerca do uso da vontade vigorosa para a superação dos óbices. Jesus fora levado a uma condenação de morte infamante e cruel - a crucificação, pena aplicada exclusivamente aos soldados romanos desertores e aos mais vis criminosos – sofrendo, pois, as dores mais acerbas.

Pesquisadores de Rochester, Minn, EUA(5), desvelaram que Ele suportara a ignominiosa aplicação do flagrum, açoitamento que era a preliminar legal de todas as execuções romanas. O instrumento usado era um pequeno chicote tipo flagelum, com franjas de couro trançado de variadas larguras, cujas pontas continham pequenas bolas de ferro e pedaços de ossos de ovelha afiados, presos em intervalos. Para o açoitamento, o homem era despido e suas mãos amarradas num poste. As costas, nádegas e pernas eram açoitadas por 2 soldados, ou por 1, que alternava a posição. A severidade da flagelação dependia da disposição que os carrascos pretendiam deixar a vítima: desde apenas um pequeno colapso até a morte. Durante, e depois, do flagelamento os soldados sempre insultavam suas vítimas. Atesta-se que no Pretório Jesus foi severamente chicoteado. Apesar da severidade do flagelo não ser discutida nos quatro relatos evangélicos, está implícita em uma das epístolas de Pedro (I Pedro 2.24).

Os soldados romanos(5), repetidas vezes, golpearam as costas de Jesus com toda a força, porquanto, as bolas de ferro causaram grave traumatismo, ademais, as tiras de couro e os ossos, cortaram Sua pele, com lesões subcutâneas e musculares. Por conseguinte, as lacerações profundas produziram – além do traumatismo grave - intensa hemorragia, possivelmente até em órgãos internos. Acredita-se que o trauma, a dor e a perda de sangue devam ter levado a um estado circulatório de colapso definido como choque. Desta forma, mesmo antes de ser efetivamente crucificado, a condição física de Jesus era, no mínimo, crítica, fato esse que explicaria Sua desencarnação tão rápida na crucificação, haja vista que o condenado costumava levar dias para morrer em asfixia no madeiro.

Malgrado a condição clínica muito grave(5), em vez de imprecar ou ceder, Jesus não hesita em Sua coragem e obstinação, mas ao contrário, O Médium de Deus oferece ao mundo mais uma preciosa lição de ânimo, e robusta determinação: carrega o patibulum da cruz - a haste horizontal de madeira onde os punhos eram pregados no processo de crucificação, pesando entre 34 a 57 kg - do pretorium até o Gólgota, por mais de 600 metros, sem blasfemar, e nem sequer queixar-se. Dessa forma, O Mestre Amorável, ao ser pregado à cruz, transformara essa morte infamante numa epopéia inolvidável, exemplificando o amor, a fidelidade aos amigos e aos ideais, o perdão incondicional, e – de maneira especial – nos ensinou sobre como sustentar a firme disposição para lograrmos os fins anelados, ainda que nas condições mais ásperas. Tenhamos, pois, “a vontade de querer, e a certeza de que essa vontade pode se realizar.” (1)

1. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Albertina Escudeiro Sêco. 1. Ed., Rio de Janeiro, CELD Ed: 2008. Cap.XIX, item 12.

2. HOUAISS, Antonio; Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0. Editora Objetiva Ltda. 2009.

3. Nota: As primeiras edições francesas de O Livro dos Espíritos, assim como as demais obras de Allan Kardec, podem ser lidas no site “Google Livros”, através da URL .

4. KARDEC, Allan. Le Livre Des Esprits. Quatorzième Édition. Didier Et Cie Libraires-Éditeurs, Paris: 1866. Q.625. p. 268.

5. EDWARDS, W. D; GABEL, W. J.; HOSMER, F. E. : On The Physical Death of Jesus Christ. In: JAMA, The Journal of The American Medical Association (Trabalho científico publicado pelo Departamento de Patologia da Mayo Clinics, Rochester, Minn, EUA). USA. 1986, mar 21, vol 255, n. 11, p 1455 – 1464.




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sábado, 5 de fevereiro de 2011

TEMPORADA DE VERÃO 2011

Temática: Reflexões em torno do tipo de “humanidade” exemplificada por Jesus, e que podemos reproduzir, conforme apreendemos na questão 625 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.

Tema: Jesus e a adaptabilidade.

Programa que será exibido nos dias 06 e 09 de fevereiro de 2011.






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TEMPORADA DE VERÃO 2011

Temática: Reflexões em torno do tipo de “humanidade” exemplificada por Jesus, e que podemos reproduzir, conforme apreendemos na questão 625 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.

Tema: Jesus e a adaptabilidade.

Programa que será exibido nos dias 06 e 09 de fevereiro de 2011.






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